O Uruguai enfrentará a Arábia Saudita, pela segunda rodada da Copa do Mundo, às 12h desta quarta-feira, em Rostov. Depois de uma vitória sofrida contra o Egito, a Celeste irá enfrentar uma seleção mais frágil, com a pior defesa do Mundial. A missão da Arábia Saudita é vencer o Uruguai para apagar a imagem ruim deixada no primeiro jogo da competição, quando jogou contra a Rússia, na estreia do mundial, e perdeu de goleada por 5 a 0. O Uruguai registrou, em 2016, 700 novas infecções por HIV. Na Arábia Saudita, desde o início da epidemia, 200 pessoas morrem em consequência da doença. Leia mais sobre a situação da aids nestes países.

Uruguai

Estima-se que 12 mil pessoas vivem com HIV no Uruguai, onde a prevalência do vírus na população geral (3,4 milhões de habitantes) é de 0,6%. Em 2016, o Uruguai registrou 700 novas infecções por HIV e 300 mortes relacionadas à aids.

De acordo com o último relatório do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids),  a maior prevalência do HIV neste país é entre os HSH (homens que fazem sexo com outros homens), com uma taxa 9,7%, seguido de 1,3% entre as profissionais do sexo e pessoas privadas de liberdade.

Ainda segundo o Unaids, 53% das pessoas vivendo com HIV/aids neste país latino americano estão em tratamento. Entre as pessoas que vivem com o HIV, aproximadamente 46% tinham supressão viral.

A principal via de transmissão do vírus é a sexual e 74% do total de casos notificados são de Montevidéu, capital e maior cidade do Uruguai. Nos últimos dez anos, a relação de infectados por sexo é de aproximadamente dois homens para cada mulher.

Mais números

* Desde 2010, novas infecções por HIV diminuíram em 57% e as mortes relacionadas à aids diminuíram em 22%.

* A taxa de transmissão vertical a nível nacional em 2012 foi de 5,1%.

* O modo predominante de transmissão do HIV é via sexual.

* A prevalência do HIV entre mulheres de 15 a 49 anos é de 0,3%.

Sobre o país

O país tem chamado a atenção do mundo pela liderança na política de inclusão social e direitos civis, especialmente pela aprovação de algumas leis, como a descriminalização do aborto, o matrimônio igualitário e a legalização da maconha.

Em abril de 2013, o Uruguai se tornou o terceiro país a liberar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, depois de Canadá e Argentina. Lá, casais homossexuais podem adotar crianças e fazer processos de fertilização in vitro.

O Uruguai oferece tratamento a todas as pessoas que vivem com o HIV e estabeleceu leis progressistas que fornecem um ambiente favorável para a resposta à epidemia do HIV, especialmente relacionada a populações-chave. No entanto, existe um alto nível de estigma e discriminação contra as pessoas soropositivas.

Tendo a agricultura e a criação de gado como atividades econômicas principais, o Uruguai é também reconhecido pelo bom futebol e pela beleza de suas praias.

Arábia Saudita

Levando em conta as infecções não diagnosticadas, o relatório mais recente do Unaids estima que há 8.200 pessoas vivendo com HIV/aids, desse total, 500 são crianças e 4.900 estão em tratamento. A prevalência do vírus no país é de 0,02%. Desde o início da epidemia, 200 pessoas morrem em consequência da doença.

Apesar dos números, há pouca informação sobre HIV e sexualidade. Uma pesquisa divulgada no país, em 2016, mostrou que três a cada quatro dos universitários acreditavam que pessoas com HIV e aids deveriam ser “isoladas do público”.

Pouco suporte aos direitos humanos

Na Arábia Saudita, homossexualidade pode ser punida com morte de acordo com as leis do direito islâmico. A posse e consumo de álcool e drogas também são proibidas. No caso das drogas, a sua posse ou consumo são severamente punidas pela constituição, incluindo a aplicação da pena de morte.

Em 2016, um clube de futebol do país demitiu um jogador por ele ser soropositivo.

Apenas no mês de janeiro de 2018 é que as mulheres lograram autorização do governo para assistir à partidas de futebol de dentro dos estádios. Para preparar a mudança, foram criadas as “seções de família” na torcida. Os estádios também instalaram banheiros femininos, entradas separadas e estacionamentos distintos para o público feminino.

O sistema de saúde oferece uma cobertura de saúde universal, entretanto, há um papel crescente da participação do setor privado. O sistema de saúde tem duas camadas. Uma delas é uma rede de centros de cuidados primários e clínicas que oferecem prevenção, pré-natal, emergência e serviços básicos, bem como as clínicas móveis para áreas rurais remotas. A segunda camada é representada pelos hospitais e centros de tratamento especializados localizados em áreas urbanas.

Estima-se que 11% do orçamento do Governo é dedicado à despesa pública na saúde. Cerca de 75% das receitas do governo são provenientes da venda de recursos naturais, o financiamento do setor saúde para cidadãos sauditas é amplamente baseado nas receitas do petróleo e do gás.

O crescimento contínuo da área de saúde no país nos últimos anos aumenta a necessidade de profissionais qualificados, que são escassos no país, devido à existência de poucas universidades voltadas para a área da saúde. A maioria dos médicos é de origem sul-asiática.

Redação da Agência de Notícias da Aids