Além de aumentar testagem, iniciativa também quer atrair para as unidades de saúde grupos com menor acesso à rede.

Trans, travestis, pessoas não-binárias e trabalhadores do sexo de Florianópolis podem ganhar R$ 50 ao se testarem para o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). A ideia, conforme os idealizadores, também é atrair para as unidades de saúde grupos com menor acesso à rede municipal.

Segundo a equipe do projeto A Hora é Agora (AHA), responsável pela ação, que está também em outras quatro capitais do país, a iniciativa é válida somente para pessoas desse grupo que nunca iniciaram tratamento para vírus, e que não tenham se testado nos últimos seis meses.

Além disso, se a pessoa que fez o teste recrutar outros contatos para o exame, recebe mais R$ 50 ou R$ 100, a depender da quantidade, para gastar como quiser (entenda abaixo).

Como funciona

Quem vai até uma das unidades de atendimento e realiza o teste para HIV, segundo a equipe, recebe um cartão de R$ 50 para ajuda de custo, como transporte até a policlínica, por exemplo (veja unidades apoiadas pelo projeto mais abaixo).

Assim que o teste é feito, o paciente recebe outro cartão-benefício e ganha vouchers com um código pessoal para convidar sua rede de contatos a também realizarem o exame. Veja como funciona:

Se quatro pessoas se testarem usando o código, a pessoa que indicou o procedimento receberá mais R$ 50 de crédito, que pode ser usado como preferir.

Caso oito pessoas, dentro dos critérios estabelecidos, façam a testagem, o proprietário do código ganha R$ 100, e assim por diante.

Embora a Secretaria Municipal de Saúde seja parceira da inciativa, o valor é financiado totalmente pelo projeto A Hora é Agora, conforme o projeto.

A gerente de Integração Assistencial de Florianópolis, Caroline Schweitzer de Oliveira, explica que “pessoas trans, não-binárias e profissionais do sexo são consideradas população prioritária para a testagem de HIV porque apresentam prevalências desproporcionais quando comparadas à população em geral”.

“Possuem vulnerabilidades aumentadas por interferência de fatores estruturantes da sociedade e comportamentais, sendo um deles o acesso aos serviços”, afirma.

E quem não atender aos critérios?

A pessoa que não atender aos critérios de testagem, segundo o AHA, pode participar sendo uma recrutadora, mesmo se já estiver Profilaxia Pré-exposição (mais conhecida pela sigla PrEP, é um dos métodos de prevenção à infecção pelo HIV, que consiste na tomada de comprimidos antes da relação sexual). O caminho é o seguinte:

  • Vá até a unidade mais próxima
  • Pegue os vouchers.
  • Se quatro pessoas testarem com o código do voucher, o recrutador ganha um cartão de R$ 50

Objetivos

Os incentivos buscam atrair para as unidades a população que sofre com estigmas e discriminação e, consequentemente, aumentar o índice de testagem no público-alvo.

Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2007 e junho de 2023, foram notificados 489.594 casos de infecção pelo HIV no Brasil. A maior incidência é entre homens e na faixa etária entre 25 e 39 anos.

A ideia, segundo o projeto, é mostrar a essas pessoas que terão, nas unidades conveniadas, um ambiente profissional, seguro, acolhedor e humanizado. Nelas é possível, entre outros serviços:

  • Testar para ISTs;
  • Iniciar a Profilaxia Pré-exposição (PrEP) e Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP);
  • Ter acesso a preservativos e lubrificantes;
  • Aconselhamento e encaminhamento para outro tipo de atendimento, caso necessário.

Unidades em Florianópolis

POLICLÍNICA CENTRO

(seg a sex, das 8h às 18h)
Av. Rio Branco, 90, Centro | 99111-7102 | 99121-5517

POLICLÍNICA CONTINENTE

(seg a sex, das 7h às 16h)
Rua Dr. Heitor Blum, 521, Estreito | 99959-3242

POLICLÍNICA NORTE

(seg a sex, das 8h às 17h)
Rua Francisco Fausto Martins, S/N,
Vargem Grande | 93618-6445

POLICLÍNICA SUL

(seg a sex, das 8h às 17h)
Rodovia SC-405, 682, Rio Tavares | 99603-4203

Fonte: G1