Adiadas por conta da pandemia do novo coronavírus, as Olimpíadas de Tóquio finalmente se aproximam – e deixam os fãs na expectativa pelo maior evento esportivo do mundo, que será realizado entre os dias 23 de julho e 8 de agosto. Essa é a oportunidade para atletas do mundo todo se destacarem esportivamente, de acordo com suas habilidades e aptidões físicas. Serão disputadas 46 modalidades, que por sua vez se dividem em provas específicas, delimitadas por gênero, peso, distância, dentre outros requisitos. O Brasil conta com uma delegação de 302 atletas e participará de 35 modalidades.

Serão 339 eventos, 206 países e 33 esportes em 17 dias de competição. Com aumento de 2,9% comparado a Rio 2016, essa é a Olimpíada mais “igual”. Ao todo 11.090 atletas, sendo 48,5% mulheres e 51,5% homens.

Pandemia

Uma das maiores preocupações desta edição é o controle sanitário. Diversos participantes e organizadores da Olimpíada de Tóquio já classificaram o evento como difícil e desafiador. Um dos motivos é óbvio: ela acontece em meio à pandemia de coronavírus, que já tirou a vida de mais de 4 milhões de pessoas em todo o mundo.

Diante da oposição de parte do público aos Jogos Olímpicos, o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, prometeu nesta semana proteger a saúde e a segurança do seu povo, apesar das ameaças da pandemia. Os japoneses já demonstraram temor de que o número de casos de Covid-19 cresça com a entrada de milhares de estrangeiros durante a realização da Olimpíada.

De acordo com dados da comissão organizadora, há 71 casos confirmados de Covid-19 de pessoas credenciadas ao evento (40 residentes no Japão e 31 pessoas vindas do exterior).

Japão testa drogas anti-HIV contra coronavírus em meio a aumento de casos

Os primeiros casos de atletas com Covid-19 na vila olímpica foram confirmados na semana passada: Thabiso Monyane e Kamohelo Mahlatsi, jogadores de futebol da África do Sul, e Mario Masha, analista de vídeo da equipe.

Para Brian McCloskey, que fez a consultoria das medidas de controle sanitário desta Olimpíada, os casos positivos são poucos e mostram que os riscos de transmissão do vírus no evento são mínimos.

“O que estamos vendo é o que esperávamos”, diz McCloskey, especialista em planos de emergência e líder da operação na Olimpíada de Londres de 2012.

“Se achássemos que todos os testes realizados dariam negativo, simplesmente não nos importaríamos em fazer os testes. Realizamos os testes porque eles são uma forma de filtrar as pessoas que podem estar desenvolvendo uma infecção e que podem se tornar um risco mais tarde.”

Aids no Japão

No que diz respeito à aids, em 2020, 1.076 pessoas foram diagnosticadas com HIV no Japão. Os dados são do comitê de Doenças Infecciosas do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar. Dentro desse número, 740 pessoas tiveram suas infecções confirmadas antes de desenvolverem os sintomas. Os resultados indicam uma queda significativa em relação ao ano anterior, cerca de 20% menos do que as 903 pessoas em 2019.

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O Ministério da Saúde, no entanto, alerta para o fato de que os resultados foram afetados por uma queda rápida no número de exames realizados em centros de saúde públicos e outras instituições em resposta à propagação do coronavírus.

Ainda segundo a Pasta, cerca de 69 mil testes rápidos foram realizados em 2020 em centros de saúde pública e outras instituições médicas, o que representa menos da metade dos cerca de 142 mil testes feitos em 2019.

Divididos por mês, houve uma queda notável nos testes durante o período de abril a junho de 2020, quando foi emitida a primeira declaração de estado de emergência em relação à Covid-19, com menos de 30% dos testes em relação ao mesmo período de 2019.

Segundo o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão, em abril de 2016, o contato sexual era o principal meio de transmissão do HIV/aids no Japão no País. 57,3% de todos os casos de HIV e 38,7% dos casos de aids foram diagnosticados em homens que fazem sexo com homens. A transmissão em relações heterossexuais foi responsável por 27,2% das infecções por HIV e 35,7% dos casos de aids. A distribuição por idade é principalmente de pessoas na casa dos vinte e trinta anos e são mais propensos a estar em um ambiente urbano do que rural.

A cultura japonesa impõe uma abordagem mais contida com relação às campanhas de combate ao HIV. O preconceito no país é grande e a doença ainda é vista como fruto de uma vida promíscua, vinda dos estrangeiros.

Ativista brasileiro, solidariedade sem fronteiras

O ativista brasileiro José Araújo Lima Filho, que nos deixou em setembro de 2019, foi um dos maiores defensores das pessoas vivendo com HIV/aids no Japão, ele ajudou a fundar um grupo de apoio aos brasileiros com HIV/aids no Japão. Todos os anos ele viajava ao país asiático para debater com o poder público local, as universidades e outros atores a importância do acolhimento e apoio as pessoas vivendo com HIV/aids. Araújo foi responsável, inclusive, por criar um grupo de tradutores para acompanhar brasileiros com HIV nas consultas médicas.

Qualidade de vida um marco na política de saúde

Dentre os sistemas de saúde mais invejados do mundo, encontra-se o japonês, seja pelo seu baixo custo ou pelos ótimos resultados, refletidos na alta qualidade de vida dos habitantes do país. Tradicionalmente, a assistência médica teve presença da medicina oriental por muitos séculos e tal tradição formou profissionais bastante competentes em uma medicina não-tradicional para os ocidentais. A medicina ocidental, no entanto, foi imposta como política nacional na restauração Meiji, em 1868 e foi se desenvolvendo até o sistema de saúde atual fosse instalado.

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Atualmente, se procurarmos pelos sistemas de saúde mais completos do mundo, o japonês estará entre eles, mas enfrenta vários problemas, como o baixo número de profissionais (de medicina ocidental) e a espera por atendimento.

O que impressiona neste sistema de saúde é o gasto em saúde comparativamente baixo, cerca de 8,5% do PIB japonês. Esta marca é interessante porque a porcentagem da população acima dos 65 anos é alta em comparação a muitos países ocidentais e, com implicância de maiores gastos nestes sistemas de saúde. Em 2008, foi instalado o Sistema de Seguro de Saúde para os idosos, para focar a atenção nesta parte da população e dividir melhor a atenção e os financiamentos de saúde.

Sede das Olimpíadas

Tóquio é uma das maiores cidades do mundo. Famosa por sua aglomeração urbana, possui quase 14 milhões de habitantes. Sede dos Jogos Olímpicos pela segunda vez – a outra foi em 1964 –, a cidade foi fundada às margens do Rio Sumida em 1457. Virou capital do Japão 200 anos mais tarde, no lugar de Quioto.

A capital do Japão também é considerada uma das mais importantes metrópoles do planeta, sendo o centro político, econômico, educacional e cultural do Japão. No total, Tóquio conta com 23 bairros, 26 municípios adicionais e as ilhas Izu e Ogasawara.

Entre os principais pontos turísticos de Tóquio, destacam-se o Tsukiji Fish Market, mercado que oferece café da manhã com peixe fresco; o Edo-Tokyo Museum, moderno edifício que apresenta a história da cidade por meio de exposições, e os bairros Harajuku e Shinjuku.

Como o Brasil chega aos Jogos?

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O Time Brasil terá menos atletas do que na Rio 2016, quando houve 465 brasileiros competindo em casa. Mas a delegação que vai ao Japão é a maior já enviada pelo Brasil ao exterior: 301 atletas. Em Londres 2012, 257 atletas brasileiros haviam competido.

Em Tóquio, o Brasil contará com a participação de 31 medalhistas olímpicos, sendo 18 campeões: Arthur Zanetti, da ginástica artística; Thiago Braz, do atletismo; Rodrigo Pessoa, do hipismo; Kahena Kunze, Martine Grael e Robert Scheidt, da vela; Bruninho, Douglas Souza, Fernanda Garay, Lucão, Lucarelli, Maurício Borges, Maurício Souza, Natália, Tandara e Wallace, do vôlei; e Alison e Bruno Schmidt, do vôlei de praia.

A Cerimônia de Abertura das Olimpíadas de Tóquio 2021 será nesta sexta-feira (23), no Estádio Olímpico.  O Time Brasil será representado pela judoca Ketleyn Quadros e o levantador Bruninho, do vôlei, como porta-bandeiras. A partir de 8 horas (horário de Brasília), você pode assistir ao vivo com transmissão na televisão, nos canais TV Globo, Bandsports e SporTV.

Calendário dos jogos

Eventos estão sujeitos a alterações. Alguns esportes têm dias de descanso não listados abaixo.

– Cerimônia de abertura: 23 de julho

– Atletismo: 30 de julho a 8 de agosto

– Badminton: 24 de julho a 2 de agosto

– Basquete: 25 de julho a 8 de agosto

– Beiseball/softball: 21 de julho a 7 de agostoBoxe: 24 de julho a 8 de agosto

– Canoagem slalom: 25-30 de julho

– Canoagem sprint: 2-7 de agosto

– Ciclismo BMX: 29 de julho a 1 de agosto

– Ciclismo de estrada: 24, 25 & 28 de julho

– Ciclismo de pista: 2-8 de agosto

– Escalada: 3-6 de agosto

– Esgrima: 24 de julho a 1 de agosto

– Futebol: 21 de julho a 7 de agosto

– Ginástica artística: 24 de julho a 3 de agosto

– Ginástica rítmica: 6-8 de agosto

– Golfe: masculino: 29 de julho a 1 de agosto; feminino: 4-7 de agosto

– Halterofilismo: 24 de julho a 4 de agosto

– Handball: 24 de julho a 8 de agosto

– Hipismo: 24 de julho a 7 de agosto

– Hóquei: 24 de julho a 6 de agosto

– Judô: 24-31 de julho

– Karatê: 5-7 de agosto

– Luta greco-romano: 1-7 de agosto

– Maratona aquática: 4-5 de agosto

– Mergulho: 25 de julho a 7 de agosto

– Natação: 24 de julho a 1 de agosto

– Nado sincronizado: 2-7 de agosto

– Pentatlo moderno: 5-7 de agosto

– Polo aquático: 24 de julho a 8 de agosto

– Remo: 23-30 de julho

– Rugby: 26-31 de julho

– Skate: street: 24-25 de julho; park: 4-5 de agosto

– Surfe: 25 de julho a 1 de agosto

– Taekwondo: 24-27 de julho

– Tênis: 24 de julho a 1 de agosto

– Tênis de mesa: 24 de julho a 6 de agosto

– Tiro com arco: 23-31 de julho

Tiro esportivo: 24 de julho a 2 de agosto

– Trampolim acrobático: 30-31 de julho

– Triatlo individual: 26-27; equipes: 31 de julho

– Vela: 25 de julho a 4 de agosto

– Vôlei: 24 de julho a 8 de agosto

– Vôlei de praia: 24 de julho a 7 de agosto

– Cerimônia de encerramento: 8 de agosto

Redação da Agência de Notícias da Aids com informações