Oito em cada dez brasileiros (83%) acham que dependentes químicos devem ser internados contra a própria vontade de tratar o vício . É o que aponta uma pesquisa feita pelo instituto Datafolha. O levantamento também mostrou que um em cada quatro brasileiros tem um familiar com histórico de abuso de drogas .

Mesmo separando os entrevistados por grupos etários ou por escolaridade, o apoio à internação involuntária permanece acima de 70% em todas as faixas. Os que menos apoiam esse tipo de medida extrema são os mais jovens (de 16 a 24 anos), mas ainda assim o percentual de apoio nesse grupo é de 74%. Entre os que têm ensino superior, o apoio é de 75%. Na pesquisa, foram ouvidas 2.086 pessoas de 130 municípios. Todos eram maiores de 16 anos.

Católicos, evangélicos e seguidores de religiões afro-brasileiras todos apoiam massivamente a internação compulsória : em todos estes grupos religiosos, o apoio é acima de 80%. Entre os espíritas, o apoio pe de 72%. Ateus, agnósticos e pessoas sem religião são os que menos apoiam (70%), mas ainda assim o percentual de concordância é alto.

Em junho, o presidente Jair Bolsonaro sancionou lei que permite a internação involuntária de dependentes químicos. Segundo o texto, que modificou a então vigente Lei das Drogas , de 2006, o aval para a internação do dependente químico poderá ser dado pela família, pelo responsável legal ou, na ausência, pelo servidor público da área de saúde, da assistência social ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad (Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas).

Fonte: O Globo