Na última semana, a Agência Aids passou a publicar vídeos de ativistas que revelam como tem vivido e se comportado com o isolamento social por conta do Covid 19. Na última sexta-feira (27), o ativista Drew Persi contou, por meio de vídeo, como estão sendo seus dias de quarentena. No sábado (28), vocês puderam conferir o recado do ativista Eduardo Barbosa. E no domingo (29) puderem assistir ao depoimento da jornalista e ativista Marina Vergueiro.

O  mais recente balanço dos casos da Covid-19, divulgado nessa terça-feira (31), mostra que já são 4.683 infectados em todos os estados e 167 mortos.

Hoje, a Agência Aids disponibiliza o depoimento da ativista Silvia Almeida. Confira:

 

Além de lidar com a notícia de que era uma pessoa vivendo com HIV, Silvia Almeida cuidou do marido, já então muito doente, até sua morte, em julho de 1996. “O estado terminal dele durou dois anos, foi muito sofrimento”, lembra ela. “A gente se gostava muito e vê-lo partir daquele jeito não foi fácil.”

Ao sofrimento de ver o companheiro de toda a vida morrer, havia ainda que lidar com a informação de que tinha sido infectada por ele. E como será que ele se tornou soropositivo?

“Com todas as dúvidas, eu preferi não focar em como isso aconteceu, em como ele pegou, por que pegou, o que fez…”, conta Silvia. “A verdade é que nada disso adiantava ou fazia diferença. E acho que nem ele sabia o que estava acontecendo direito. Então preferi não me ater em como ele se infectou.”

“Acabei tendo que contar no trabalho, porque é claro que uma coisa dessas afeta sua vida profissional; comecei a ter um desempenho muito baixo e tive que contar para minha chefe”, lembra Silvia. “Por coincidência ela tinha perdido um primo que morreu pela aids início dos anos 90, então foi muito solidária, me ajudou muito.”

Silvia passou a trabalhar para o Grupo de Incentivo à Vida (GIV). Depois de 25 anos como telefonista, Silvia foi trabalhar na área de responsabilidade social da empresa. “Implementei no Brasil a política de Aids que a empresa tinha na África do Sul”, conta. Depois de 30 anos na empresa, Silvia se aposentou e abriu uma consultoria para orientar empresas e empregados a falarem do tema no local de trabalho. Há um ano trabalha também como consultora do Unaids em ações em São Paulo.

 

 

Redação da Agência de Notícias da Aids