Um dos cinco países africanos a disputar a taça na Rússia, o Marrocos volta ao mundial depois de 20 anos. Essa seleção também tem outro fato curioso, apenas cinco de seus jogadores nasceram no país. Mesmo com um time bem montado, a missão de passar de fase no Grupo B é muito difícil para os marroquinos, uma vez que rivalizam com Espanha, Portugal e Irã.

O Irã, por sua vez, também é um dos cinco países que vão representar seu continente no mundial, a Ásia. Na última competição, a seleção iraniana sequer conseguiu se classificar para as oitavas de final.

Na disputa contra o HIV, os dois países vivem a realidade da homofobia e fala-se pouco sobre sexualidade. Por outro lado, no Marrocos, o número de mortes por aids caiu em 42%. Já no Irã, o número de novos casos da infecção aumentou em 21%.

A disputa entre Marrocos e Irã acontece nessa sexta-feira (15), ao meio dia.

 

 

Marrocos

Um dos países mais turísticos do continente africano, o Marrocos tem 22 mil pessoas vivendo com HIV. Desse total, a média é de 750 novas infecções por ano e menos da metade tem acesso à terapia antirretroviral (48%).

Dentre as mulheres grávidas vivendo com o vírus, 62% estão em tratamento. Apesar deste número, os dados do Unaids mostram que 100 crianças foram infectadas por meio de transmissão vertical.

Segundo o Unaids, desde o ano de 2010 o número de infecções caiu em 2%, assim como o número de mortes por aids que diminuíram em 42%.

No ano de 2017, um plano de aceleração ambiciona que o país acelere a resposta ao HIV até 2021. O que significa reduzir o número de novas infecções entre as populações vulneráveis, eliminar transmissão vertical e reduzir o número de mortes por aids, além, é claro, de diminuir o estigma e discriminação em torno da doença.

Números sobre populações vulneráveis no Marrocos:

  • Profissionais do sexo – Prevalência de 1,3%
  • Gays e outros homens que fazem sexo com homens – Prevalência de 5,7%
  • Pessoas que fazem uso de drogas injetáveis – Prevalência de 0,5%
  • Pessoas privadas de liberdade – Prevalência 0,5%

 Há um número insuficiente de médicos por pacientes em cerca de 0,5 por 1.000 pessoas e leitos hospitalares são de 1 para cada 1.000 pessoas. Há também problemas com o acesso à água potável e saneamento. O orçamento da saúde é apenas cerca de contas para 1,1 por cento do produto interno bruto e 5,5 por cento do orçamento do governo central. Nas grandes cidades há os melhores cuidados possíveis, mas de emergência e tratamento especializado ainda podem ser limitados.

 

Irã

O Irã é um dos países mais populosos do Oriente Médio e tem 5 mil novas infecções de HIV ao ano e, de acordo com relatório do Unaids, desde 2010 o número de novos casos aumentou em 21%. Por outro lado, as mortes por aids caíram em 14%.

São 66 mil pessoas vivendo com o vírus, mas apenas 14% estão acessando a terapia antirretroviral. Os números continuam preocupantes quando se trata das mulheres grávidas infectadas. 49% delas estão sem tratamento, abrindo possiblidade para as transmissões verticais.

A prevalência entre as profissionais do sexo é de 2,1% e entre as pessoas que fazem uso de drogas injetáveis é de 9,3%. Das pessoas que estão realizando o tratamento antirretroviral, apenas 8% tem carga viral indetectável.

Apesar de ser passível de punição, o sexo é praticado entre os jovens, especialmente nas grandes cidades. Sob o recurso legal do sigheh, que pode durar apenas algumas horas, a prostituição corre solta.

Sexualidade é assunto que não se fala, consequentemente não há informações sobre prevenção e o número de mortes por aids chega a 4 mil por ano. Por outro lado, a lei permite a cirurgia de mudança de sexo.

Mais sobre o país

Como alguns sistemas de saúde da região, o do Irã é baseado em um sistema público-governamental, um setor privado e uma linha de ONG’s. A população é de 75 milhões de habitantes e os gastos em saúde chegaram a $50 bilhões em 2013. Em 2005, 4,5% do PIB iraniano foi usado com saúde e 75% dos habitantes possuem plano de saúde.

Uma curiosidade do país é a comercialização de órgãos. A prática de vender um rim para ter lucro é legal e bastante comum entre a população mais pobre. Cada órgão vale, em média, $1200 e a regulação deste comércio é feito por associações e pelo próprio governo.

O acesso à televisão a cabo e à internet são bastante limitados no Irã por motivos religiosos. O regime proíbe a TV a cabo e impões sérias restrições à internet, mas muitos iranianos dão um jeitinho e instalam os chamados “gatos”.

 

Redação da Agência de Notícias da Aids