Nessa segunda-feira, 13 de setembro, a jornalista Marina Vergueiro recebeu para um bate-papo no Instagram da Agência Aids a psicóloga Ana Canosa, terapeuta sexual e educadora em sexualidade.

Além do atendimento em seu consultório em São Paulo, Ana coordena o curso de Educação e Terapia Sexual no Unisal, ministra aulas em faculdades, assina a coluna “Sexo Fácil” da Revista Vip e exerce a função de editora na produção da revista brasileira de sexualidade humana. É membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (SBRASH). Tem quatro livros publicados: “Crescendo na Sexualidade”, “Madrasta: do Conto de Fadas para a Vida Real”, “Sexoterapia” e “A metade da Laranja?”, além de capítulos em outras obras. É professora na Universidade Aberta a Maturidade (PUC/UNIP).

Ana esteve à frente do quadro Família Pede Socorro e do Programa SOS Casamento, ambos exibidos no SBT. Atualmente, participa do quadro Beleza Renovada, no Programa Eliana (SBT) e, em 2016, foi parte do elenco do Programa Escola para Maridos, na Fox Life que fez sucesso no Brasil.

Escreve frequentemente artigos para imprensa especializada e participa de reportagens na TV e na Internet. Compõe o grupo de profissionais da imersão para casais Love Plan, o amor como projeto de vida.

Ela explicou como a vivência sexual de cada um está relacionada à cultura, vivência em família, coisas que você viveu. “Tem pessoas que tem mais dificuldade de se relacionar, o que vai de alguma maneira, afetar a forma com que ela se relaciona. Tem um tanto de dilemas sexuais que tem a ver com a personalidade da pessoa. Alguém que seja impulsivo, por exemplo, também pode trazer isso para sua vida sexual. Ou seja, esses fatores afetam a sua disposição de fazer sexo também.”

No entanto Ana colocou que boa parte de como nós vivemos a sexualidade está relacionada à forma com que “a sociedade vai normatizando o sexo. Isso gera uma série de dificuldade e dilemas que não deveria existir. A questão da orientação sexual, por exemplo, é um deles. Por que estamos discutindo isso ainda, por que temos que pedir para pessoas terem respeito com aqueles que tem orientação homoafetiva?”

“Isso acontece porque a sociedade normatizou o sexo a partir de estrutura bastante rígidas. Por que as mulheres sofrem tanto com a desigualdade de gênero? Por que as mulheres ainda tem tanta dificuldade de ter orgasmo? Porque elas tem vergonha de se auto estimular diante de um parceiro homem. Porque ela aprendeu direta ou indiretamente, seja pelos filmes, pela novela. Só agora que aparece, por exemplo, uma propaganda onde tem duas pessoas do mesmo sexo se beijando. É muito recente. Então, tem a ver com a falta de informação, uma educação sexual que trate de maneira objetiva, direta e adequada à idade das pessoas. Então é por isso que as pessoas têm tantos problemas na esfera sexual.”

Ana trouxe como exemplo, pesquisas que mostram que mulheres têm mais orgasmo em relação entre mulheres em comparação com relações heterossexuais. “A mulher, historicamente, estava à serviço de um homem. A mulher só se fazia mulher a partir de um homem. Uma mulher que entende que o corpo pode gerar esse tanto de prazer, é uma mulher empoderada. Isso coloca a figura masculina em um papel que eles não estão estão acostumados. É uma afronta.”

Por fim, Ana enfatizou que o sexo é um encontro de corpos. “Nesses corpos tem pessoas. Ainda que tenha uma busca por prazer, você está diante de uma pessoa que tem uma história, que tem sonhos, e assim por diante.”

Redação da Agência de Notícias da Aids