Começou nessa terça-feira (10), o Webinário “Enfrentando as Fake News e a Disseminação do Discurso de Ódio Contra a Comunidade LGBTI+, e Defesa do Estado de Direito”. O evento, realizado pela Universidade do Paraná em parceira com a Aliança Nacional LGBTI+ e a Rede Gay Latino, tem como objetivo discutir e validar o Plano Estratégico de Comunicação para Ação Digital em busca de respeito à comunidade LGBTI+.

Ao longo do webinário também serão definidas ações de comunicação para promoção da defesa dos direitos dos LGBTI+.

Beto Vasques, que atua há 20 anos com comunicação e política, ficou responsável por apresentar o Plano. Em sua fala, ele destacou metas e destrinchou como devem acontecer algumas ações estratégicas.

Ele explicou que, de médio a longo prazo, o Plano estabelece metas que incluem alcançar apoio de 75% da opinião pública da população brasileira em relação às pessoas LGBTs. Além disso, se faz necessário atuar junto com a geração Z e as posteriores para alcançar mais jovens, estimulando a força da comunicação digital. A meta é alcançar 90% desse grupo, colocando a diversidade como algo interessante, positivo. “Precisamos construir visões de mundo, identidades coletivas, objetivos que sejam atraentes e que disputem o afeto das pessoas”, explicou.

Nesse sentido, a estratégia traz também uma comunicação para que, com o tempo, se possa associar a imagem de uma pessoa que é contra a diversidade e “a turma da ideologia de gênero, como sendo algo obsoleto e cafona”.

Já nas ações a curto prazo, a construção de uma rede multiplataforma que articule os diversos atores envolvidos nessa batalha, com monitoramento 24 horas por dia e com uma coordenação de ação digital, está no foco das estratégias.

“A gente tem capacidade de levar nossa mensagem de uma forma muito mais poderosa. A meta é que seja constituída uma rede digital de comunicação com no mínimo 30 mil pessoas que articulem núcleos territorializados em todos os estados da federação”, explicou.

Plataforma do Respeito

Já está sendo construída a chamada Plataforma do Respeito, que se trata de uma unidade estratégica de inteligência em rede no formato de Hub Digital para reunir soluções de comunicações digitais. A intenção, como explicou Beto, é integrar sistemas de gestão de dados, inteligência (monitoramento pesquisas, anáslise semiótica), gestão de comunidades, articulação de atores chave e criação de conteúdos para a mobilização social.

Por meio de um modelo de gestão integrado para a operacionalização das ações de comunicação digital da Aliança Nacional LGBTI+ e da Rede Gay Latina, a intenção é alinhas as estratégias e proporcionar sempre uma solução customizada e efetiva , com atuação durante 24 horas por dia, sete dias por semana. “A qualquer momento pode sair um comentário maldoso, uma fake news, para isso, estaremos prontos buscando sempre uma solução customizada (mensagens, linhas de ação, linhas de engajamento) para enfrentar cada problema.”

A criação da plafataforma se baseou nas seguintes demandas e ações:

  • Superação de ações erráticas, custosas e pouco efetivas. “Se for analisado o investimento em comunicação que diversas áreas utilizam de forma errada, poderíamos ganhar alcance e frequência que nos permitem ter ações muito mais contundentes”, defende Beto.
  • “Não é simplesmente colocar mensagens nas redes sociais. É criar canais de comunicação, personalizar e humanizar a mensagem.”
  • Trabalhar de forma permanente docm as direções da Aliança Nacional LGBTI+ e a Rede Gay Latino

Estrutura

Beto explica que para viabilizar essa plataforma, é necessário contar com a participação de especialistas em banco de dados, integração de sistemas e georreferenciamento. Segundo ele, também é necessária uma equipe de inteligência artificial para automatizar e padronizar análises, além de uma equipe de jornalistas e redatores que posssam traduzir o conjunto de informações que se está observando nas redes e nas pesquisas, para alimentar os canais de comunicação e subsidiar campanhas em defesa das bandeiras. “Essa é a equipe responsável por traduzir a mensagem que a gente quer transmitir.”

“Também é necessária uma escuta digital para entender para quem estamos falando. Deixar de lado a soberba de acharmos que conhecemos tudo. Isso se faz com monitoramento dos ambientes digitais, acompanhamento e análise de pesquisas quantitativas e qualitavas para entender o público”, defendeu.

“Organizar a informação faz com que ela seja mais potente. Uma mensagem bem construída é aquela que as pessoas escutam até o final e que não gera ruído ao longo do processo”, concluiu.

No decorrer do webinário, outras estratégias serão apresentadas. Para acompanhar a programação, clique aqui. 

 

Dica de entrevista

 

Aliança Nacional LGBTI+

Telefone: (41) 3222 3999