A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) anunciou a recomendação favorável para a incorporação do implante contraceptivo subdérmico no Sistema Único de Saúde. Agora, condicionada à criação de programa específico, mulheres em idade fértil em situação de rua; vivendo com HIV/aids em uso de dolutegravir; mulheres em uso de talidomida; mulheres privadas de liberdade; cis trabalhadoras do sexo; e em tratamento de tuberculose em uso de aminoglicosídeos terão mais uma opção de contraceptivo de longa duração (LARC). Antes da decisão, o único LARC disponível era o DIU de cobre.

“Aproximadamente 20 milhões de mulheres no Brasil dependem dos ambulatórios públicos de planejamento familiar. A ampliação do acesso aos métodos contraceptivos é uma grande vitória! Ações deste tipo são imprescindíveis para que possamos garantir o exercício dos direitos reprodutivos no país”, comenta Dr. Luis Bahamondes, ginecologista e professor da Universidade Estadual de Campinas.

O implante subdérmico de etonogestrel é um método contraceptivo de longa ação que demonstra menor falha, dentre todos os métodos existentes, mesmo em comparação com métodos irreversíveis, como laqueadura e vasectomia.

De simples aplicação, o bastonete flexível, de 4 cm de comprimento, é inserido no braço da mulher com anestesia local e o hormônio é liberado gradualmente no organismo, com a função de inibir a ovulação e, assim, impedir a gravidez, por até 3 anos.

De acordo com estudo publicado em março de 2020 pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a população em situação de rua cresceu 140% a partir de 2012, chegando a quase 222 mil brasileiros em março deste ano e o número de mulheres com crianças e grupos familiares acompanha esse crescimento. “Mulheres em situações de vulnerabilidade social estão mais suscetíveis a uma gravidez não planejada e essa decisão vem para beneficiar e garantir direitos para esse público”, finaliza Bahamondes.

Redação da Agência Aids com informações