14/12/2015 – 12h

A Associação de Amigas e Mulheres Amapaenses Posithivas (Amaph) que oferece apoio no tratamento de pessoas com HIV e aids no Amapá enfrenta dificuldades financeiras para continuar os serviços. Segundo a responsáveis pela instituição, faltam vagas e principalmente, recursos.

A casa de apoio já atendeu mais de 600 pacientes ao longo de quase 12 anos de existência e em 2015 corre o risco de ser desativada. O aluguel do imóvel está atrasado e a dívida é de R$ 2,7 mil. A casa fica no bairro Açaí, na Zona Norte de Macapá e diariamente recebe pacientes que vem do interior do Amapá para fazer tratamento na capital.

A presidente da Ampah, Márcia Pinheiro, informou que pediu um prazo de dois meses para o proprietário do imóvel. A expectativa é conseguir apoio e evitar o fechamento da casa.

O único recurso que a instituição recebia era no valor de R$ 3 mil mensais resultado de um termo social assinado com a Assembleia Legislativa do Amapá (Alap). Mas o repasse foi interrompido há 3 meses.

"Houve um tempo bom que tínhamos esse recurso mensal, e também tinha o apoio do governo do estado para ajudar o tratamento dos pacientes. Agora a Assembleia alegou que não tem condições de repassar o recurso. Temos apenas o apoio com medicação e alimentação vindo do Ministério da Saúde e programas sociais, mas isso não é o suficiente para manter a casa funcionando", ressaltou.

A responsável pela casa diz que a falta de recurso compromete o atendimento. "Ficamos sem telefone e com o aluguel atrasado desde junho do ano passado. A situação hoje é de calamidade. Estamos prestes a fechar a casa de apoio por falta de verba”, lamentou Márcia Pinheiro.

Com o orçamento precário, a presidente relata que somente nesta semana, três pacientes foram dispensados. “É muito triste a pessoa bater na porta e a nossa entidade ter que virar as costas por não ter condições de abrigar mais um paciente", desabafou.

A reportagem do G1 entrou em contato por telefone com as assessorias de comunicação da Alap e Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), mas até a publicação desta matéria (13 – domingo), não houve retorno.

Para tentar driblar a situação, a Amaph busca parceria com empresas privadas e instituições sociais. A associação está vendendo uma rifa com sorteio de diversos prêmios, marcado para o dia 30 de dezembro. As compras podem ser feitas por meio do telefone (96) 99166-8753.

"Em anos de atividades, aprendi que não dá para esperar do poder público para dar apoio a quem tem aids, porque infelizmente a barreira ainda é grande. Chegamos no limite e vamos lutar para conseguir ser independente e lutar contra a aids e por um tratamento mais digno aos soropositivos no Amapá", enfatizou.

Aids no Amapá

O índice de mortes por aids teve queda em 2015 no Amapá, segundo informações da Coordenação Estadual do Programa de DST/Aids e Hepatites Virais. A taxa de mortalidade diminuiu de 6% em 2013, para 2,6% em 2015, representando um número aproximado de 15 óbitos. Em 2014, foram registradas 17 mortes em decorrência da doença.

A coordenação ressalta que o número de casos diagnosticados está acima da média nacional, segundo informou o enfermeiro da coordenação Vencelau Pantoja. De acordo com ele, no estado, a cada 100 mil moradores, 32 estão com aids. A média nacional é de 21 casos para cada 100 mil brasileiros.

Fonte: G1