“Quando falamos sobre transformação, não estamos falando de um processo fácil. Nos referimos a um processo em que confrontamos nossos traumas e os utiliza para recriar novas narrativas, isso é resiliência”, diz Lucca Munnik a respeito do tema escolhido para a 23ª Conferência Internacional de Aids.

Dentre as exposições do Global Village, esta se trata de um conjunto de relatos de pessoas que vivem com HIV para a campanha Histórias de Resiliência que tem objetivo de contar histórias de jovens que vivem com HIV por meio de textos e imagens. As histórias mostram como jovens afetados pelo vírus, superaram e reescreveram suas narrativas.

“Isso permite que nós e as pessoas que estão nos vendo, não apenas entenda os signficados pessoas da resiliência, mas também celebrem a coragem desses jovens”, defende Lucca.

A história de Ismail Harerimana, por exemplo, é permeada de paixão e determinação. Por meio de sua experiência, ele fala sobre o impacto que o diagnóstico do HIV gera na vida de um jovem. “Eu pensava que tomava medicamento para um problema no joelho. Era isso o que meus pais me diziam. Eu sabia pouco sobre o HIV e isso fez com que fosse ainda mais difícil processar a ideia do diagnóstico”, conta ele ao enfatizar que “esse diálogo precisa mudar”.

Já Amit Mohite conta que para ele, o HIV é uma oportunidade. “Meu status positivo é apenas uma parte de minha identidade, sou muito mais do que isso.” Ele conta que quando descobriu que vivia com o vírus, descobriu também um mundo de estigma e discriminação.

“Eu tinha sete anos quando descobri. Então, essa história é para todas as crianças, adolescentes, homens e mulheres que foram diagnosticados com HIV. Quero dizer a eles que podem viver uma vida normal e essa é nossa responsabilidade. Fazer uma vida mais segura e feliz para as futuras gerações”

Adelaide Hamese relata que cresceu em um país onde viver com HIV/aids é sentença de morte. “É um país onte as pessoas não revelam sua sorolgia por medo de fazerem chacota e onde nós somos considerados uma desgraça para a família.”

Quando ela revelou seu diagnóstico a alguns amigos mais próximos, muitos se afastaram. “Apesar disso, segui em diante. Falar sobre minha história me deixou mais resiliente. Viver com HIV não define sua jornada , não te torna menos humano. Então não permita que ele defina quem você é.”

“Eu pensava que eu tinha o pior problema do mundo”, relatou Martha Nakato. “Depois eu refleti e entendi que nós estamos passando hoje, não é nada se comparado com o que nosso amigos passaram no início da epidemia”

“Não tenho vergonha de ser uma pessoa com HIV, porque eu salvei vidas e inspirei milhões de pessoas. Isso me motiva, mas não quer ver mais nenhuma criança nascendo com HIV em uma era tão desenvolvida do ponto de vista biomédico.”

Global Village

Esses e outros depoimentos completos você pode conferir acessando a área da Global Village, no site da Conferência. Neste espaço o acesso é gratuito e é possível conhecer arte, artigos e acompanhar debates sobre diferentes temas que envolvem o HIV/aids.  Clique aqui para mais informações.