Foi lançada, na noite dessa terça-feira (16), a exposição O.X.E.S, da artista Adriana Bertini. A abertura contou com a presença de autoridades, artistas, especialistas, youtubers e ativistas. A instalação conta com 54 objetos que inclui obras tridimensionais, colagens, moda, audiovisuais e séries de fotografias. Além de Bertini, a médica e artista visual, Fabiana GabasKallás, a curadora, Lucrécia Couso e o infectologista Ricardo Vasconcelos colaboraram com a exposição.
Confira o depoimento de quem pôde ver de perto às obras da O.X.E.S e a galeria de fotos do evento:
Cleiton Euzébio, diretor do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids): “A Adriana tem esse trabalho de muitos anos que é único e traz uma mensagem muito forte de que a gente pode falar sobre HIV de diversas formas e uma delas é a arte. Então, seja para falar sobre adesão, sobre prevenção, com certeza arte e HIV combinam.”
Artur Kalichman, coordenador estadual do Programa de DST/Aids de São Paulo: “A arte tem um poder incrível para comunicar sobre temas difíceis. Poder trazer as questões de IST, aids, prevenção, identidade de gênero, através da arte, é um olhar muito rico, faz as pessoas refletirem sobre comportamento. Isso soma na questão do HIV/aids, embora as obras tenham até mesmo uma abordagem mais ampla.”
Rafael Bolacha, ator, youtuber e ativista: “Eu estou muito feliz de ver um evento como este, muitas pessoas bacanas, importantes para a causa. Sou uma pessoa que trabalha com a temática de arte e cultura. Então poder dialogar com pessoas que tem trabalhos variados sobre o HIV/aids é um encontro muito importante.”
Andrea Ferrara, Grupo de Incentivo à Vida: “A Adriana consegue, através da arte dela, reunir artistas, ativistas, youtubers, pessoas vivendo com HIV. Agora ela inovou usando antirretrovirais e pregando a adesão não só à medicação, mas à vida.”
Beto de Jesus, diretor da Aids Healthcare Foundation (AHF – Brasil): “A arte é um vetor que comunica demais. Tem pessoas que só vão entender essa linguagem. Na perspectiva da prevenção, a gente fala muito. Mas às vezes, uma imagem, uma percepção fala muito mais do que muitos textos que a gente escreve. A sensibilidade da Adriana de fazer esse trabalho, toca as pessoas, faz refletir. Temos outros artistas, por exemplo, Keith Haring, que também difunde mensagens incríveis. Acho que a gente usa pouco dessa linguagem. Imagino grafites falando sobre isso, por exemplo. A gente usa a arte para falar de outros temas, mas não para o HIV. É mais um recurso e precisamos usar mais.
Ricardo Vasconcelos, infectologista: “Quando você pensa tratamento e prevenção, você está tentando falar, de uma maneira simbolizada, sobre sexualidade. E sexualidade não é algo sobre o qual você consegue falar com as letras, com palavras e arte é um jeito de a gente conseguir chegar em sexualidade, qualidade de vida sexual sem que a pessoa trave no meio do caminho. Então arte e sexualidade tem tudo a ver e aids e sexualidade também tem tudo a ver.”
Tadeu Di Pietro, ator: “A arte é um processo de integração onde todos os indivíduos da sociedade podem pensar uma realidade diferente. A arte existe para você ir além do que a vida te coloca. Por isso, seja na pintura, na música, no teatro… é a manifestação do ser humano com seus sentimentos e suas emoções. Cada vez que o artista cria, ele precisa do outro ser humano. Então, a arte é catalizadora da transformação da humanidade que a gente quer chegar. Quando um ser humano olha o outro, ouve o outro, sente o outro, significa que a comunidade tem esperança.”
Lucas Raniel, ativista vivendo com HIV/aids: “A arte está presente no nosso dia-a-dia. Então, falar de prevenção da arte é importante para entendermos que sim, deve-se falar de prevenção, tanto no meio artístico, quanto no nosso dia-a-dia, porque a arte realmente é comunicação. Precisamos falar sobre isso.”
Analice de Oliveira, Centro de Referência e Testagem de São Paulo (CRT – SP): “A arte é uma das formas que permite as pessoas trazerem sua subjetividade. Há uma dinâmica muito automática do nosso cotidiano. A arte tem o dom de fazer com que a gente saia dessa dinâmica, nos voltar para nós mesmos e fazer reflexão de prevenção, de adesão, que é um dos princípios da arte terapia também.”
Rodrigo Paiva, Impulse São Paulo: “Qualquer forma de divulgar o HIV é importante. Falar sobre amor, união, prevenção combinada. Misturar arte com tudo isso é perfeito. É uma forma bacana de introduzir o tema de uma maneira leve e bonita.”
Confira a galeria de fotos:
O diretor do Unaids Brasil, Cleiton Euzébio, a artista Adriana Bertini, o coordenador do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, Artur Kalichman, a artista visual, Fabiana GabasKallás, do CRT-São Paulo, Analice de Oliveira e Robson Zamboni.
Ricardo Tomio, Roque e as ativistas, Silvia Almeida de Andrea Ferrara
O microbiologista e pesquisador, Lucio Gama, e o médico Dráuzio Varella
Lucrécia Couso, curadora da exposição
O infectologista Ricardo Vasconcelos e Beto de Jesus, diretor da AHF Brasil
O infectologista Esper Kallás
Instalação construída com preservativos no hall principal do Espaço Ophicina
Construído por Adriana Bertini, vestido feito com preservativos
O ator e ativista Rafael Bolacha, e o infectologista Vinícius Borges, conhecido como Dr. Maravilha
Tim Brown, o primeiro paciente a ser curado do HIV
Ensaio fotográfico incluiu imagens da artista Adriana Bertini, a cantora e embaixadora do Unaids, Wanessa Camargo e Tim Brown
Almofadas fazem alusão à PrEP, Profilaxia Pré-Exposição
Equipe do Fundo Posithivo: Élida Miranda, Harley Henriques e Noêmia Lima
Ativista, vivendo com HIV, Lucas Raniel
Chapéus feitos de preservativos também fizeram parte da O.X.E.S
Regina Garcia Rodrigues, Adriana Navarro e Marta McBritton do Instituto Cultural Barong
Obras de Fabiana GabasKallás expostas no Espaço opHicina
A artista Fabiana GabasKallás e Maurício Barreira, da Agência Aids com Bia, Cacá e Alessandro, que serviram os convidados durante o coquetel. Eles fazem parte do Grupo Gestor PAE e para contratá-los é só ligar para (11) 9 9769 3700
Informações
O.X.E.S – Artivismo em Exposição
Data: 17 de abril a 29 de junho
Horário: das 10h às 18h, segunda a sexta; das 11h às 14h, aos sábados
Local: espaço opHicina
Endereço: Rua Teodoro Sampaio, 1.109 – Pinheiros – São Paulo – SP
Entrada Franca