Em dezembro, o Ministério da Saúde anunciou a chegada do autoteste de HIV na rede pública. Serão distribuídas 400 mil unidades deste tipo de teste, inicialmente como um projeto piloto nas cidades de São Paulo, Santos, Piracicaba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus.

Essa é mais uma opção para as pessoas que resistem em se submeter ao teste no âmbito da rede de saúde e preferem fazer por conta própria. A estratégia tem como objetivo facilitar o diagnóstico do HIV pela população, já que o autoteste pode ser feito pela própria pessoa que deseja saber se é soropositiva.

O SUS já disponibiliza testes rápidos em postos de atendimento — foram 12,5 milhões em 2018 — mas essa será a primeira vez que os autotestes serão distribuídos, mirando o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo o HIV é detectado, mais eficiente é o tratamento.

O coordenador do setor de prevenção do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, Adriano Queiroz, afirma que o autoteste se trata de uma “estratégia para ampliar a prevenção combinada, que está  ligada ao acesso a informação. A pessoa tem autonomia para escolher a forma de prevenção mais adequada e mais confortável , nosso objetivo é oferecer uma gama de possibilidades focadas na autonomia das pessoas.”

 

São Paulo

Na cidade de São Paulo, o autoteste está, a partir dessa sexta-feira (1), em toda a rede municipal especializada. Serão, portanto, 26 serviços (16 são Serviços de Assistência Especializada em HIV/Aids, os SAEs, e 10 Centros de Testagem e Aconselhamento em IST/Aids, os CTAs).

Para realizar o autoteste é necessário apenas uma picada no dedo e não há restrição de uso. Também não é necessário realizar cadastro e cada pessoa pode retirar de 1 até 5 unidades. “A intenção é diminuir as barreiras do acesso ao teste”, explica Adriano. “Pensando nisso, também fizemos parcerias com 6 ONGs de São Paulo que acessam a população mais vulnerável para além do serviço de saúdes. Muitos não acessam os serviços por sofrerem barreiras sociais e estigma, inclusive.”

Foram estabelecidos locais estratégicos como festas e lojas voltadas para o público gay e transexual, além de estabelecimentos e ONGs que acessam jovens e imigrantes. “A gente precisa perder essa ideia de tutela sobre o uso do teste, há pessoas que preferem ter o profissional de saúde por perto, outras não querem, é preciso variar as estratégias para atingir o maior número de pessoas.”

Além disso, Adriano explica que é uma forma de aproximar a população de outros insumos de prevenção como a PrEP (Profilaxia pré-Exposição), a PEP (Profilaxia pós-Exposição), além do preservativo e gel lubrificante.

 

E se der positivo?

O autoteste já é vendido em farmácias de todo o país a preços que variam entre R$ 50 e R$ 80 e, apesar de ser uma forma de detectar a doença, não é um teste definitivo. O Ministério da Saúde recomenda que, em caso de resultado positivo do autoteste, o usuário procure unidades de saúde em que possa realizar testes complementares que comprovarão o HIV definitivamente.

Nas caixas de autoteste distribuído pelo SUS, haverá um número 0800 do fabricante para tirar dúvidas e dar orientações aos usuários. Este serviço funcionará 24 horas e 7 dias por semana. Além disso, o usuário pode tirar dúvidas pelo Disque Saúde 136 e no site www.aids.gov.br/autoteste.

No serviço de saúde haverá cartazes avisando para voltar a unidade caso de positivo. 136 – como ela deve proceder. Onde ela retirar , sera instruída a voltar na unidade. Ver a lista.

 

Redação da Agência de Notícias da Aids