Pabllo Vittar é atração da Prada LGBTQIA+ 2023 em São Paulo - Reprodução/Instagram

Pabllo Vittar, 29, é uma das atrações da 27ª Parada LGBTQIA+ de São Paulo que acontece hoje. A drag celebra os avanços da comunidade nos últimos anos, mas reforça que é importante cobrar por mais direitos e políticas públicas.

A fala da artista se relaciona diretamente com o tema da festa neste ano: “Política Sociais para LGBT+ – Queremos por inteiro e não pela metade”.

“A gente tem que se celebrar todos os dias. Não importa o mês, não importa o ano. Nós somos pessoas muito fortes, porque a gente sofre na pele. Para além dessa celebração de vida e de quem somos, é importante que a gente grite também pelos nossos direitos, por mais empregabilidade para a nossa comunidade, para políticas que olhem para gente com mais humanidade.”

Na infância, Pabllo disse ter sido uma “criança viada” e, por isso, sofreu preconceito no ambiente escolar e na cidade em que morava no Maranhão.

Fui uma criança viada, muito afeminada, que sofreu muito bullying. Hoje em dia, graças a Deus, as crianças afeminadas nas escolas têm recebido maior aceitação e respeito. É muito bom quando vejo vídeo de uma criança sendo bem viada nas redes, coisa que eu jamais poderia fazer. Fico feliz por esses passos que a gente fez.

O que podemos esperar da participação da Pabllo? “Muita dança, muito grito porque gosto de gritar e os meus fãs também. Muito show, look, hair, make-up e, claro, muito amor. Amo espalhar o meu amor pra vocês e olhar no olho dos meus fãs. Essa troca de energia me deixa muito feliz e com o coração muito quente. Mais uma vez, volto a dizer que é o dia de mostrar pras pessoas que a gente vive, que a gente paga imposto, que a gente também merece ser respeitado.”

E quem Pabllo quer encontrar na Parada? Nada de crush! Solteira, ela quer confraternizar com os amigos. “Na Parada, a gente sempre encontra todos os amigos, né? Tipo reunião de RuPaul’s Drag Race. É nesse dia que todo mundo aparece, as gatas de todos os buracos. (risos) Não tô namorando, tô solteira e não tô à procura. Quero ver meus amigos e fãs”

Além da Parada LGTBQIA+, Pabllo participa da campanha da “Proud to Mix”, promovida pela marca sueca de vodka Absolut. Trata-se de uma websérie de quatro episódios, em formato de retrospectiva, na qual Pabllo volta ao tempo para resgatar as conquistas da comunidade nessas últimas décadas. Pepita, Letticia Munniz, Spartakus e Thiago Pantaleão também participam.

“Resgatar conquistas é muito importante. A gente sempre acaba focando mais no futuro e esquecendo do que a gente conquistou. A gente conquistou tantas coisas lindas.”

Realização

Prestes a completar 30 anos, Pabllo diz se sentir orgulhosa da própria trajetória e por ter conquistado a força de vontade para mudar a realidade da própria família.

“Nenhuma conquista material vai resumir isso. Não é carro, não é casa, não é joia, não é roupa de grife. É ter mudado a vida da minha família, que tanto me apoiou. Que tanto apoiou aquele veado afeminado.”

Como pessoa LGBTQIA+, a gente sabe que é difícil ter uma perspectiva de vida. Quando era criança, ficava me perguntando: ‘Meu Deus, o que eu vou fazer? Sou gay e afeminada, tudo que a sociedade fala pra gente não ser’. Só tenho que agradecer.

Qual conselho Pabllo daria a sua versão criança? “Falaria assim: ‘Não liga pra esse povo que fala da sua voz. Ela é linda e vai ganhar muitos prêmios. Você vai se tornar uma grande artista. Também não liga pra esse povo que fala da sua aparência e do seu jeito afeminado. Isso é lindo. Em 2023, tu vai estar na Parada Gay de São Paulo quebrando tudo. Te amo, gata'”

Próximos projetos

“Noitada”, seu quinto álbum de estúdio lançado em março, foi o primeiro disco de uma trilogia que a artista pretende lançar. Em seguida, ela prepara um projeto de remixes e um disco que olhará para o mercado internacional.

“O ‘Noitada’, que é um álbum extremamente brasileiro, foi o ato 1. Teremos o segundo e o terceiro álbum da trilogia, que é o PV6, terá músicas em inglês, espanhol e português. Noticiei isso e as pessoas estão falando como se fosse uma trilogia toda voltada ao mercado brasileiro. Não é. O PV6 será um álbum mais voltado para o mercado internacional.”

Fonte: UOL