No Dia Mundial de Luta Contra Aids, comemorado sempre em 1ª de dezembro, a Agência de Notícias da Aids vai realizar o webinário “Quarenta anos de Aids no Mundo: o que fizemos, o que falta fazer?”. A ideia é promover debates sobre os resultados e desafios do enfrentamento a aids nestas quatro décadas de pandemia, que infectou mais de 37 milhões de pessoas ao redor do planeta.

“Considero muito importante promovermos a reflexão de profissionais e ativistas, um time de primeira linha, sobre os 40 anos da pandemia no Brasil e no mundo. Construímos muitos avanços, mas seguimos tendo complexos e presentes desafios”, diz Roseli Tardelli, fundadora da Agência e curadora do Webinário.

O evento vai acontecer ao longo de todo 1º de dezembro, das 9h30 às 18h, com transmissão ao vivo via Youtube, Facebook e TV Agência Aids.

Pela manhã, especialistas da luta conta aids vão se unir no debate sobre “Surgimento do HIV, os primeiros 10 anos…infectar-se com HIV: uma sentença de morte!”. Logo em seguida, a conversa será em torno da “Entrada dos antirretrovirais no cenário Global: o desafio da adesão tema presente nos 40 anos”.

À tarde, a discussão é sobre “Ativismo no Brasil fundamental na construção da resposta brasileira”. O último debate do dia vai trazer reflexões sobre “Da Camisinha a PrEP: Novas tecnologias de prevenção e o estigma que persiste”.

Uma das convidadas do webinário é a dra. Marinella Della Negra, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Para ela, “40 anos depois do início desta pandemia temos um panorama um pouco mais tranquilo graças ao empenho de profissionais de saúde, da imprensa, de governos. Hoje temos medicamentos, testes, todo um trabalho feito que faz com que tenhamos um programa de qualidade. Porém, assim como qualquer outra doença infecciosa, não se deve deixar cair a peteca, temos que continuar falando no assunto, mandar mensagens para que possamos ter sempre uma melhoria nos índices, no tratamento e na infecção. Não podemos nos esquecer também do grande auxilio que foram as ONGs para que pudéssemos ter um atendimento de qualidade no nosso país.”

O fundador do Gapa Bahia e do Fundo Positivo, Harley Henriques, também está entre os convidados. “Agora no ano de 2021, com quarenta anos da pandemia, eu, sem dúvida, como testemunha viva e real de toda a linha histórica da pandemia do HIV no Brasil, eu celebro o que nós tanto celebrávamos no início da pandemia, que é a vida. Naquele momento, quando não havia muita esperança, no sentido que não havia nem medicação em 1988, quando comecei, havia assim um estigma muito mais potente e grandioso, no mau sentido, do que hoje em dia. O que a gente podia naquele momento era lutar por uma vida digna para as pessoas que se viam vivendo com HIV nos anos 80. Hoje, 40 anos depois, a gente celebra a vitória da ciência que conseguiu disponibilizar um arsenal medicamentoso que faz com que as pessoas vivam com o vírus, a ponto de estarem indetectáveis e não transmitir mais. Nós temos um conjunto de ferramentas de prevenção, não apenas a camisinha, que era a única mensagem que a gente usava na prevenção no final dos anos 80 e anos 90. Hoje nós temos a mandala da prevenção, as pessoas vivendo com HIV/aids têm muito mais direitos, é claro, como qualquer outro cidadão. Então, eu celebro a vida, a solidariedade que foi o que uniu todo o ativismo social que nós iniciamos nos anos 80 e 90”, comemorou.

Para o ativista Drew Persí, debatedor no webinário, “são quatro décadas de história! Uma história cruel, triste, que levou muitos dos nossos! Um vírus desconhecido, atingindo primeiramente um grupo específico, fazendo com que dessa forma ele se tornasse estigmatizado por 40 anos, e permanece dessa forma! Hoje os tempos são outros, novas tecnologias, novos estudos e pesquisas trouxeram qualidade de vida para as pessoas que vivem com o vírus, e a mesma expectativa de vida que qualquer outra pessoa! Mas porque ele ainda é um vírus social? Cerca de 10 mil pessoas morrem de aids por ano no Brasil, e essa morte tem classe e tem cor! Por isso precisamos falar cada vez mais sobre esse assunto.”

A realização deste evento conta com apoio do Senac São Paulo, da Gilead Sciences, da Janssen, do Fundo Positivo e da ONG Ecos Sexualidade.

Veja quem serão os mediadores

Américo Nunes Neto

Diretor fundador do Instituto Vida Nova, coordenador do Movimento Paulistano de Luta contra a Aids (Mopaids) e ex-presidente do Fórum das ONG/AIDS do Estado de São Paulo. Américo Nunes Neto, é fundador do Instituto Vida Nova Integração Social Educação e Cidadania. Américo convive com o vírus desde 1988, mas demorou a tornar isso público. Segundo ele, porque naquela época o estigma era muito grande. “Só contei aos meus pais dez anos depois. Para minha surpresa, eles deram apoio.

Fabi Mesquita

Escritora e colaboradora da plataforma Brasileiras pelo Mundo, que congrega uma centena de mulheres brasileiras expatriados ao redor do mundo, que compartilham online suas histórias, experiências e relatos, e onde também acolhem, cuidam e ajudam outras mulheres brasileiras imigrantes. Jornalista e educadora, é mestre em Arte, Educação e História da Cultura, pela Universidade Mackenzie e doutoranda em Antropologia pelo Asian Social Institute e especialista em Educomunicação e Mobilização social com ênfase em Gênero, Direitos Humanos em Saúde, Cultura de Paz e Empoderamento Juvenil. Ela possui ainda vasta experiência em comunicação não violenta e moderação de redes, atuando como facilitadora de diversos grupos online, voltados para acolhimento e empoderamento de adolescentes e jovens, mulheres, população LGBTQI e pessoas vivendo com HIV. Fabi é uma forte líder instrucional e já atuou como consultora para diversos órgãos internacionais como o UNAIDS, UNFPA, Center for Disease Control (CDC), entre outros. Fabi passou mais de dez anos vivendo fora do Brasil, no sudeste da Ásia e Europa, onde dedicou a maior parte do seu tempo a aumentar a capacidade dos jovens para se tornarem protagonistas-chaves em suas comunidades locais, instrumentando-os para que se tornem líderes e agentes de boas práticas, a fim de capitalizar mudanças sociais mais profundas. Paciente autoimune há mais de 20 anos, desenvolve um trabalho de conscientização virtual sobre doenças raras, especialmente agora, quando ela e outros pacientes encaram o Covid 19, como integrantes do grupo de vulnerabilidade acrescida, conhecido como grupo de risco. Atualmente, Fabi é monitora em incidência internacional da Rede Mundial de Pessoas Vivendo com HIV e representative of Peace Women Partners International Council of Leaders – representando Brazil e Myanmar.

Marina Vergueiro

Arriscando-se na poesia desde a infância, Marina é frequentadora assídua dos saraus que se espalham pela cidade de São Paulo e, embora tenha poesias publicadas em diversas antologias, não se sentia à vontade para tocar em determinados assuntos que lhe eram tão cruciais e sensíveis por medo e insegurança causados pelos estigma que ainda circundam o imaginário coletivo em relação ao HIV/aids, mesmo após 30 anos de epidemia. Ao decidir publicar seu primeiro livro, o “Exposta”, Marina quis dar voz não somente a si mesma, mas a todas as mulheres gordas e/ou que vivem com HIV e são sexualmente ativas, sejam elas bissexuais, lésbicas, hetero, trans ou não-binárias. Declara-se como ativista dos direitos das mulheres. Descobriu que vive com HIV em maio de 2012, e conta que o vírus a transformou e me empoderou para que pudesse ser uma pessoa verdadeiramente positiva, que compartilhasse amor por onde passa.

Juny Kraiczyk

Psicóloga, mestre e especialista em Bioética pela Faculdade de Ciências da Saúde – UNB, com especialização em gestão social – SENAC e, em Profilaxia da Violência –  Instituto Sedes Sapientae-SP. Experiência de 20 anos em Organização Não Governamentais e Governamentais. Pelo Ministério da Saúde coordenou a implementação e monitoramento de pesquisas, projetos e programas de saúde, gênero, cultura e educação para mulheres, jovens e população LGBT e desenvolvimento de campanhas e materiais de comunicação. Coordenou o Programa Transcidadania da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de SP e gerenciou a área de Prevenção do Programa Municipal de DST/Aids de SP. Na Aids Health Foundation foi coordenadora de prevenção e testagem. Experiência na coordenação de Conferências Nacionais e Internacionais nas áreas de saúde, educação e direitos humanos. Atualmente é Diretora Geral da ECOS e pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Direitos Humanos e Saúde LGBT da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Atualmente é diretora geral da Ecos Comunicação e Sexualidade.

Veja os convidados

Dra. Rosana Del Bianco

Possui mestrado em Saúde Pública pelo Coordenação dos Institutos de Pesquisa(2004). Atualmente é Diretora da Internação do Centro de Referência e Treinamento em DST/AIDS do Estado de São Paulo, Assessora Clínica do Programa Municipal de da Secretaria Municipal da Saúde São Paulo e Responsável pelo Programa de Genotipagem da Secretaria da Saúde do Município de São Paulo. Tem experiência na área de Medicina. Atuando principalmente nos seguintes temas: Sorodiagnóstico Aids, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Transmissão vertical de doenças infeciosas, Infeção do HIV, Cuidados Pré-natal.

Dra. Marinella Dela Negra

Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1971), mestrado em Medicina (Gastroenterologia) pelo Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia (1995) e doutorado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2004). Atualmente é supervisora de equipe técnica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e professor adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Doenças Infecciosas e Parasitárias, atuando principalmente nos seguintes temas: aids, HIV, hiv-1 e criança.

Covid-19: sem alarmismo e com informação! - Grupo Mulheres do BrasilDra. Glória Brunetti

Médica infectologista e paliativista no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, palestrante em temas de Saúde e Motivacional com apresentação dinâmica e empática; possui larga experiência em gestão de equipes com realização de diversos projetos na área de comunicação e da saúde. Seu trabalho objetiva mobilizar o melhor de cada pessoa para a realização dos seus propósitos.

Dra. Maria Clara Gianna

Médica sanitarista formada pela Faculdade de Medicina da Santa Casa, São Paulo, em 1985. Foi diretora da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Programa Estadual DST/Aids-SP entre 1989 e 1994, técnica da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Programa Estadual DST/Aids-SP entre 1988 e 1989. Foi também coordenadora do Programa Estadual DST/Aids-SP entre 1994-1995, coordenadora adjunta do Programa Estadual DST/Aids-SP, entre 1995 e 2004. De 2005 a 2017, foi coordenadora do Programa Estadual DST/Aids-SP, Secretaria de Estado da Saúde. De 2017 até a presente data é coordenadora adjunta do Programa Estadual DST AIDS-SP. Das DST/HIV/aids nas escolas. De 2017 até a presente data é coordenadora adjunta do Programa Estadual e do CRT.

Veriano Terto

Possui graduação em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1985), mestrado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1989) e doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1997). Foi coordenador de projetos e coordenador geral da ABIA (1989-2012), com foco nos seguintes temas: HIV/aids, políticas públicas, direitos humanos, homossexualidade e sexualidade. Entre 2002 e 2004, foi pesquisador-visitante no Núcleo de Pesquisas em Antropologia do Corpo e da Saúde do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (NUPACS/PPGAS/UFRGS.  Foi também professor visitante do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro – IESC/UFRJ (2013-2015). Atualmente, é vice-presidente da ABIA.

Harley Henriques

Coordenador Geral do Fundo Positivo, administrador de empresas com mestrado em Gestão e sustentabilidade de OSC, militante no campo social do enfrentamento à epidemia de HIV/Aids há mais de 29 anos, captador de recursos, um dos fundadores da ABCR e líder Avina e fellow Ashoka.

 

 

Rodrigo Pinheiro

Rodrigo Pinheiro é ativista, natural de Ribeirão Preto e é presidente do Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo. O FOAESP – Fórum das ONG/Aids do Estado de São Paulo é um colegiado que reúne organizações com atuação no campo da aids, direitos humanos e saúde pública no estado. Criado desde 1996 e fundado em outubro de 1997, hoje é formado por mais de uma centena de organizações atuando no nível estadual, regional e nacional principalmente no controle social das políticas públicas, na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), na ampliação de ações de prevenção ao HIV e outras coinfecções e na garantia de direitos das pessoas que vivem com HIV e Aids. É o espaço para informes e escolha de representantes do movimento de Aids que ocupam espaços em instâncias de controle social em nível federal e estadual, como conselhos e comissões. Também indica delegados para as conferências de saúde e outros encontros. Seu caráter é estadual, sendo que a instância maior de deliberação do movimento de luta contra a Aids é o Encontro Nacional (ENONG), realizado a cada dois anos. O FOAESP é uma iniciativa pioneira e bem-sucedida de controle social em HIV e Aids, que tem sido reproduzida em diversos Estados. Em reuniões mensais são discutidos os encaminhamentos conjuntos que norteiam as deliberações tomadas, sem prejuízo à autonomia de cada organização.

Javier Angonoa

Javier Angonoa é ativista do movimento Aids há 40 anos, e do movimento LGBT, consultor independente com trabalhos para Unaids, Unicef, GAPA Bahia entre outros. Natural da Argentina, vive no Brasil há mais de 30 anos aonde desenvolveu e implementou várias ações de prevenção e projetos ligados a saúde.

Alessandra Nilo

Coordenadora-geral e uma das fundadoras da Gestos, é jornalista, roteirista e cineasta, pós-graduação em Diplomacia e Negócios Internacionais (2018) pela Faculdade Damas de Relações Internacionais. Desde 2001 representa a sociedade civil brasileira na Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre AIDS (UNGASS-AIDS), em Nova York – construindo articulações nacionais e internacionais que elevaram a atenção dada a políticas internacionais, como orientação para o monitoramento de políticas e ações nacionais e locais. Desenvolveu, em 2003, a plataforma do Fórum UNGASS-AIDS no Brasil. Representou a sociedade civil nas delegações nacionais brasileiras nas Reuniões de Alto Nível sobre o HIV e participou de delegações da Comissão sobre o Status da Mulher, da Comissão sobre População e Desenvolvimento e das negociações da Agenda 2030 na ONU.

Drew Persí

Ator, diretor, produtor e youtuber. Nascido em São José dos Campos-SP e criado em Santa Rita do Sapucaí no sul de Minas Gerais, Drew Persí participou de mais de 40 espetáculos, média metragem, comerciais e participações em programas de TV. Ator, Diretor, produtor e Youtuber, atua com grandes e importantes empresas, levando o teatro empresarial, teatro escola e espetáculos em geral, viajando por todo o Brasil.

Dra. Adele Benzaken

Dra. Adele Benzaken é infectologista e ex-diretora do Departamento de IST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Foi diretora da Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia “Alfredo da Matta”, em Manaus, e oficial do Programa Nacional do Unaids/Brasil. Atualmente exerce suas atividades também como diretora Regional para América Latina da International Union Against Sexually Transmitted Infections (IUSTI), é membro do comitê de certificação da eliminação da sífilis e do HIV da OPAS-Organização Pan-Americana de Saúde e vice-presidente do comitê de especialistas da OMS.

Carué Contreiras

 Pessoa não-binária vivendo com HIV/aids, médico pediatra e sanitarista. É coordenador de Educação Comunitária na Casa da Pesquisa do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids do estado de São Paulo. Atua em Unidade Básica de Saúde pela Prefeitura Municipal de São Paulo. É membro dos coletivos Revolta da Lâmpada e Loka de Efavirenz e da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids.

 

 

Serviço:

Webinário “40 anos de Aids no mundo: o que fizemos, o que falta fazer?”

Dia – 1º de dezembro     Horário – 9h30 às 18h

Canal do Youtube da Agência Aids e Facebook

 

Dica de entrevista

Assessora de Imprensa Vera Moreira

Tel.: (11) 3253-0586 e 99973-1474

 

Redação da Agência de Notícias da Aids