06/01/2020 - 11h55
Retrospectiva 2019: Mostra Mais Arte, Menos Aids reuniu, em São Paulo, nova geração de artistas com HIV

Para marcar a passagem do dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, a Associação Paulista Viva e a Agência de Notícias da Aids reuniu artistas soropositivos na 1ª Mostra Mais Arte, Menos Aids. O evento aconteceu entre os dias 25 de novembro e 01 dezembro, no Parque Prefeito Mário Covas, em São Paulo. Essa é a primeira vez que um equipamento público recebe uma mostra de arte contra a aids. A ideia foi utilizar a arte para falar de prevenção, HIV/aids e direitos humanos. Além disso, foram realizados auditórios públicos falando sobre aids e atividades lúdicas, sempre abordando a prevenção e trabalhando a luta contra o estigma e a discriminação. A Mostra teve o apoio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, da DKT do Brasil, da ONG AHF Brasil, da farmacêutica GSK, da Bayer e da Gilead Sciences.

A programação começou na segunda (25), com a abertura da exposição 1ª Festival de Humor e Aids, do Ministério da Saúde, e se estendeu até o domingo (01), com performances, oficinas e shows. O festival debateu ainda temas como diversidade, identidade de gênero e sexualidade.

Entre os destaques, o bate-papo “Populações-chave e HIV – Estratégias de prevenção para diminuir infecções” (sábado 30/11), às 11h, com mediação do jornalista Lucas Bonanno e participação dos especialistas Cleiton Euzébio, diretor interino do Unaids Brasil, Beto de Jesus, diretor da AHF Brasil e João Nemi, professor da Universidade de Columbia e o pocket show “A carne, a língua, o vírus” (domingo, 1/12), da artista Maria Sil.

No sábado (30), às 14h, haverá um debate sobre a “4ª década do HIV – Resultados positivos e novos desafios”, com a presença da psicóloga Maria Cristina Abbate, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, e dos médicos Rico Vasconcelos e Carué Contreiras.

“Temos que conversar sobre aids de uma forma leve, sem tirar a seriedade da doença. E a arte cumpre bem este papel. Por isso, acreditamos no poder da palavra e da música nas transformações das pessoas”, destacou Roseli Tardelli, diretora desta Agência e criadora e curadora da mostra.

Roseli explicou que decidiu trabalhar com a temática “soropositividade” em homenagem aos que lutaram e ainda lutam pela garantia de direitos das pessoas que vivem com HIV/aids no Brasil e no mundo. “Temos uma nova geração de artistas soropositivos vivendo e criando arte, são pessoas que estão saudáveis, ocupando espaços e produzindo.”

As obras da artista plástica Adriana Bertini também estarão espalhadas pelo Parque no sábado e domingo (30 e 01). Ela é especialista em confeccionar peças e adereços com camisinhas. Quem passar pelo local poderá aprender a técnica e tirar fotos.

Segundo Adriana Bertini, “é sempre importante dar continuidade a este projeto e democratizar cada vez mais a temática, principalmente no Dia Mundial de Luta Contra a Aids. O momento é de celebrar nossas histórias e conquistas e refletir sobre as mudanças e desafios que a aids nos traz todos os dias. Não podemos nos esquecer que temos que lutar por zero discriminação e para que todos tenha acesso à informação de qualidade, prevenção e tratamento.”

No domingo (1), às 13h, autores da temática aids ocuparam a Mostra para debater a importância da literatura na luta contra a doença. Eles vão falar sobre suas obras e ler trechos de seus livros.

“A palavra, quando unida ao sentimento interno e verdadeiro, tem uma potência explosiva e transformadora. De geração em geração, os escritores com HIV transformaram artisticamente seus sentimentos, que encontram mentes e corações na resposta ao HIV, dialogando e reverberando vida. Passamos por Betinho, Herbert Daniel, Caio Fernando Abreu, Valéria Polizzi e tantas pessoas que lançaram suas vivências e, com a magia da diversidade, encontram-se na resposta cultural da epidemia de HIV/aids. No meu caso, a música foi o canal de acesso as palavras mais íntimas de meu segundo armário, e que permitiu-me abrir essa porta. É muito importante que venham novos escritores na resposta ao HIV, com toda a potência subjetiva e visões ampliadas sobre a intensa vivência do HIV, com essa infinita possibilidade de criação nas palavras que iluminam o viver com HIV. Que venham os novos escritores somar ao coro, para continuar a fazer ecoar na força das palavras a potência criativa da transformação da dor em arte. Existe uma fênix dentro de cada um de nós que reverbera em toda sociedade: vida viva! Viva a vida!, explicou o escritor Salvador Corrêa.

O cantor e ator Gaê se apresentou no evento. Com músicas de sua própria autoria, ele animou a galera.

A Mostra Mais Arte, Menos Aids terminou com uma grande pista de dança comandada pelos DJs David Carneiro e Filipe Trindade.

Redação da Agência de Notícias da Aids

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