Nesta segunda-feira, 11 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Infectologista. Nos últimos dois anos, esses médicos foram presença constante na mídia para explicar sobre a Covid-19. Mas, quais outras doenças tratam esses especialistas?

Infecção urinária, pneumonia, gripe, zika, dengue, HIV, sífilis, clamídia, tuberculose, febre amarela, meningite, herpes, hepatites virais, caxumba, sarampo são algumas das doenças que podem ter o acompanhamento de um infectologista.

Contudo, a Infectologia é uma especialidade bastante ampla da Medicina e vai além do consultório. Os médicos ainda podem atuar em áreas de Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, programas de gestão de saúde e em um serviço fundamental em todos os hospitais: o de Controle de Infecção Hospitalar.

A Agência Além além de se solidarizar com as pessoas que se infectaram pelo coronavírus, também presta sua homenagem a todos os infectologistas e profissionais de saúde que estão na linha de frente combatendo os efeitos da Covid-19.

Confira abaixo o perfil de dois profissionais que também estão, há anos, à frente da luta contra o HIV/aids:

David Uip, à frente na política e na clínica

Considerado um dos maiores especialistas em HIV/aids, David Uip é um dos pioneiros no tratamento de pacientes com a doença no país. Foi secretário estadual da Saúde de São Paulo durante a gestão de Geraldo Alckmin. Costuma dizer que jamais se afastará do atendimento no consultório, pois sua paixão são os pacientes.

Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Fundação Universitária do ABC (1975), fez mestrado em doenças infecciosas e parasitárias pela Universidade de São Paulo (1989) e doutorado na mesma área pela mesma instituição (1993). Foi diretor do InCor (Instituto do Coração) e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. É também livre docente da USP.

David Uip tem trabalho importante no tratamento de pacientes em países da África e também é reconhecido pelo sucesso das pesquisas realizadas na Casa da Aids, instituição que funcionou por 18 anos como uma das principais referências de tratamento gratuito em São Paulo, num prédio na Rua Frei Caneca. Em 2012, o projeto fechou as portas e os quase três mil pacientes que eram atendidos ali foram encaminhados ao Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

Em fevereiro de 2009, David Uip assumiu o comando do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, maior centro de referência nacional em doenças infectocontagiosas, com 133 anos de existência. Lá, firmou convênio com a Fundação Faculdade de Medicina, entidade de apoio à assistência, ensino e pesquisa que auxilia o Hospital das Clínicas da FMUSP, visando agilizar reposição de recursos humanos e modernizar a gestão do hospital, mas manteve a unidade sob administração direta da Secretaria de Estado da Saúde.

Sob sua direção, o Emílio Ribas ganhou um novo e moderno ambulatório que ampliou em quase 70% a capacidade para consultas médicas eletivas, e uma “filial” do instituto foi inaugurada no primeiro semestre de 2013 no município do Guarujá, com 51 leitos, para dar retaguarda aos pacientes com doenças infecciosas e parasitárias dos nove municípios da Baixada Santista.

Zarifa Khoury, no Hospital Emílio Ribas desde os primeiros casos da doença

A médica infectologista Zarifa Khoury tem graduação em medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (1982) e mestrado em infectologia pela Universidade Federal de São Paulo (1992). É infectologista, coordenadora do ambulatório no Hospital Emilio Ribas, onde começou em 1983. E onde, também, é monitora de residentes.

O primeiro paciente com aids que a infectologista atendeu foi também um dos primeiros casos diagnosticados no país. Um cabeleireiro, que tinha morado em São Francisco (EUA).

Também responsável pela Cadeira de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, Zarifa ainda trabalha no Hospital Albert Eisntein. E na Coordenação de IST/Aids de São Paulo, onde, nos últimos anos, coordenou o projeto Consultório na Rua, no bairro Campos Elíseos, na região conhecida como “cracolândia”.

Atualmente, Zarifa luta para que o governo crie um protocolo específico de tratamento de HIV/aids para as populações de rua.

Redação da Agência de Notícias da Aids