A notícia de que São Paulo vai receber a certificado de eliminação da transmissão vertical do HIV foi bastante comemorada por médicas, gestoras e ativistas que atuam contra a aids desde os anos 1990, quando não existia medicamento para tratar aids em crianças. “Este é o resultado de um trabalho coletivo da Secretaria Municipal de Saúde. O Programa Municipal lidera este movimento pela questão da própria pauta, mas é um conjunto de esforços, principalmente dos profissionais que estão na rede de atendimento, na atenção básica, nos -serviços especializados em aids, em todas as instâncias da vigilância, nos hospitais e maternidades e, evidentemente, no gabinete”, comemorou a coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, Maria Cristina Abbate. “Este é um troféu que realmente as pessoas que se envolveram na batalha desde o começo, de forma séria, linear, conseguiram. São Paulo está de parabéns com os seus profissionais”, acrescentou a infectologista Marinella Della Negra. A ativista Jenice Pizão, do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, também está orgulhosa da conquista. “Fico muito orgulhosa que a cidade de São Paulo tenha dado esse passo para o enfrentamento da epidemia de aids.  Leia a seguir:

Maria Cristina Abbate, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo: “Este é o resultado de um trabalho coletivo da Secretaria Municipal de Saúde. O Programa Municipal lidera este movimento pela questão da própria pauta, mas é um conjunto de esforços, principalmente dos profissionais que estão na rede de atendimento, na atenção básica, nos serviços especializados em aids, em todas as instâncias da vigilância, nos hospitais e maternidades e, evidentemente, no gabinete, com todos os esforços que a gente vem empenhando há alguns anos no sentido de que todo sistema de saúde possa funcionar bem, para que a gente possa reduzir essa transmissão e atingir as metas colocadas pela OMS. Estamos satisfeitos, mas a gente tem a certeza de que os nossos agradecimentos devem se voltar aos profissionais, que são extremamente sérios e comprometidos. Eu trabalho contra a aids na cidade de São Paulo há 30 anos e tivemos no passado pediatras e ginecologistas com dificuldades pela falta de terapêutica disponível para que a gente pudesse evitar a infecção das crianças, tanto é que temos várias delas felizmente chegando a adolescência e a vida adulta. O ideal mesmo é que não tenhamos mais na cidade de São Paulo nenhum tipo de infecção de HIV via transmissão vertical e muito menos de sífilis congênita. Vamos manter este patamar com todos os esforços já empreendidos, temos um sistema de monitoramento de transmissão vertical que foi construído coletivamente na Comissão Municipal de Monitoramento e Controle da Transmissão Vertical de Sífilis e HIV. É dentro dessa comissão que se faz todo o rastreamento dos casos e que se colocam todas as diretrizes da Secretaria para o enfrentamento desses desafios. O novo grande desafio é manter este patamar vislumbrando reduções maiores. Vamos ficar muito felizes no dia em que não tivermos nenhuma criança infectada tanto pelo HIV quanto pela sífilis. É momento de comemoração e seriedade, sabemos que estamos no caminho correto, mas ainda temos muito a percorrer.”

Dra. Adele Benzaken, da AHF (Aids Healthcare Foundation): “A eliminação da transmissão vertical é um dos principais pontos enfatizados em qualquer programa global. Devido o avanço no diagnóstico e no tratamento é perfeitamente factível. Não devemos esquecer também a importância do acesso à saúde sexual e reprodutiva da mulheres vivendo com HIV, principalmente por ser um direito, mas também para dar acesso ao dolutegravir.”

 

Dra. Marinella Della Negra, infectologista e responsável pelo atendimento de centenas de crianças com HIV: “Não estamos falando de qualquer cidade, essa é a maior cidade do País e uma das maiores da América Latina, com o maior número de casos de HIV e que enfrentou logo de início a epidemia. Este é um troféu que realmente as pessoas que se envolveram na batalha desde o começo, de forma séria, linear, conseguiram. São Paulo está de parabéns com os seus profissionais, com a imprensa que sempre trabalho de forma correta e produtiva. Estou muito feliz e orgulhosa por trabalhar aqui.”

 

 

Jenice Pizão, do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas: “Fico muito orgulhosa que a cidade de São Paulo tenha dado esse passo para o enfrentamento da epidemia de aids. Parabéns para a gestão, profissionais de saúde e principalmente para nós Pessoas Vivendo com HIV/aids.  Só precisamos pontuar que não é uma tarefa difícil, precisamos do empenho de todos os segmentos envolvidos – gestão, profissionais de saúde e usuárias.”

 

 

Dra. Maria Clara Gianna, coordenadora-adjunta do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo: ” Este é um momento muito especial e marcante para a história da resposta à epidemia de HIV/aids no município e no estado de São Paulo. Receber o certificado de eliminação da transmissão vertical de HIV é muito estimulante, parabéns à todos os envolvidos, que por mais de três décadas trabalharam incessantemente para que isso pudesse acontecer. Este momento vai entrar para a história do controle a epidemia de HIV na cidade e no Brasil. Nos anos de 1980 era inimaginável que São Paulo pudesse eliminar a transmissão vertical do HIV. O grande desafio continua em manter o certificado de eliminação e ao mesmo tempo garantir a qualidade de vida integral. E ao mesmo tempo garantir as crianças e jovens vivendo com HIV por transmissão vertical tenham acesso a serviços que olhem para a atenção integral a suas necessidades. Continuamos na luta para que estes jovens possam viver em uma sociedade livre de preconceitos e discriminação.”

Américo Nunes Neto, fundador do Instituto Vida Nova e coordenador do Movimento Paulistano de Luta Contra a Aids: “A eliminação da transmissão vertical do HIV é um objetivo alcançado. Ao longo dos últimos anos, as estratégias e protocolos adotados pelos serviços de saúde possibilitou a elimação. Essa é uma realização fantástica, que reflete em freiar a epidemia de aids. Considerando as altas taxas de HIV, essa conquista fortelece a resposta e reforça ainda mais essa história de sucesso. A eliminação é uma vitória que coloca a cidade de São Paulo entre outras na liderança do esforço nacional para que nenhuma criança nasça com HIV. Com o esforço e compromisso dos serviços de saúde e participação social podemos conquistar outros desafios. E que outras cidades também sigam neste desafio.”

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Redação da Agência de Notícias da Aids

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