A Agência de Notícias da Aids está publicando uma série de matérias que pretende traçar o cenário da aids no país de cada uma das seleções que disputam a Copa do Mundo 2018. Campeã do mundo em 2010, a Espanha tenta apagar a imagem da última Copa, quando foi eliminada ainda na fase de grupos. Com 90% de aproveitamento, Portugal teve a melhor campanha da sua história nas Elimatórias da Europa para Mundial de 2018 e vai jogar o maior evento do futebol mundial pela quinta vez consecutiva. As seleções de Portugal e Espanha se enfrentam pelo Grupo B, nessa sexta-feira (15), em Sochi, às 15 horas. Na Espanha, a prevalência do HIV é 0,4%, mesma taxa observada no Brasil. Em Portugal, é de 0,5%.

Portugal

Com uma população estimada em 10,32 milhões de pessoas, Portugal já atingiu uma das metas para 2020 definidas pelo Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Aids). Das 45.501 pessoas que vivem com HIV/aids neste país, 90,3% já foram diagnosticadas.

As metas 90-90-90 preveem ter, até 2020, 90% das pessoas com HIV diagnosticadas; ter 90% destas em tratamento antirretroviral; e ter 90% deste grupo com carga viral indetectável — quando a quantidade de vírus circulando no organismo é tão baixa que a chance de transmissão do HIV para outra pessoa é praticamente zero.

O primeiro caso por infecção pelo HIV foi registrado em Portugal em 1983. O Unaids informa que atualmente o país tem uma prevalência nacional para o HIV de 0.5%. Entre os usuários de drogas injetável, a prevalência é de 18,9%; profissionais do sexo 5,7%; e 7,2% entre os homens que fazem sexo com homens.

Em 2016, Portugal atingiu o número mais baixo de novos casos de aids desde 2000. Os números apontam para 841 novos casos. No ano anterior o país registrou 1198 casos. Em comparação com o ano 2000, a redução foi de 73,5%.

As autoridades de saúde atribuem essa queda ao acesso de medicamentos mais eficazes e à implementação de políticas de redução de danos, como a troca de seringas.

Mas a incidência da epidemia continua mais alta do que a média na União Europeia (UE): a taxa nacional é de 8,1 novos casos por 100 mil habitantes, enquanto na UE este valor é de 6,3.

A atuação nas grandes cidades também foi considerada prioritária. Cerca de dois terços do número de novos casos de HIV registaram-se nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Espanha

A Espanha já participou 14 vezes da Copa do Mundo e levou um título. De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (Unaids), aproximadamente 150 mil adultos vivem com HIV/aids no país.

Como no Brasil, na Espanha os antirretrovirais são distribuídos gratuitamente desde 1996 pelo governo.

Em 2014, a Espanha registrou 3366 novos casos de HIV, sendo 80% via transmissão sexual. Destes, 54% ocorreram em homens que fazem sexo com homens, 26% em heterossexuais e 3,4% em usuários de drogas injetáveis. Os casos de transmissão de mãe para filho não ultrapassou 0,1%.

O percentual de novos casos de HIV em HSH passou de 47,5%, em 2009, para 55,2%, em 2014, enquanto em heterossexuais e usuários de drogas injetáveis, homens e mulheres, diminuiu.

Em 2014, 32% dos novos diagnósticos de HIV foram realizado em pessoas de outros países; depois da origem espanhola, o mais frequente foi o latino-americano (15,1%). Nas mulheres, mais de 50% dos novos diagnósticos eram imigrantes.

Mais números

* A prevalência do HIV entre HSH é de 11,3%

* Habitantes: 47 milhões

* Pessoas vivendo com HIV/aids: de 140 a 170 mil

*  Porcentagem de homens infectados: 80%

 

Redação da Agência de Notícias da Aids