A Islândia é um dos 14 países da Europa que vão participar da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. A estreia no torneio será contra a Argentina. Quando o que está em jogo é a aids, os dois países que entram em campo nesse sábado (16), em Moscou, empatam no quesito acesso aos medicamentos antirretrovirais. Na Argentina, a prevalência do HIV é de 0,4% e, na Islândia, 27 pessoas descobriram o diagnóstico positivo para o HIV, em 2016.  Veja a seguir mais dados sobre o cenário do enfrentamento da doença nesses países.

Argentina

Para uma população de aproximadamente 44 milhões de habitantes, a Argentina tem uma prevalência do HIV de 0,4% entre os adultos (de 15 a 49 anos) e cerca de 120 mil pessoas vivendo com o vírus, segundo dados do mais recente relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas Sobre HIV/Aids (Unaids), de 2016. O principal meio de transmissão é a relação sexual.

A porcentagem de pessoas em tratamento na Argentina é de 70%. Apesar da terapia antirretroviral ser acessível nas grandes cidades e ser garantida por lei no país, existe um problema de logística devido ao fato de a maioria das áreas mais pobres serem isoladas ou se situarem na zona rural. Além disso, o estigma dificulta o acesso, porque muitas pessoas hesitam em se tratar em suas comunidades – temendo o estigma após a revelação do diagnóstico, acabam optando por não procurarem os serviços de saúde.

Em 2016, a Argentina registrou 5.500 novas infecções pelo HIV e 2.400 mortes relacionadas à aids. Segundo o Unaids, entre as pessoas que vivem com o HIV e estão em tratamento, aproximadamente 50% têm carga viral indetectável.

Entre as mulheres, 38 mil vivem com o vírus. Um recente estudo realizado no país revelou que, nos últimos dois anos, a maior parte delas se infectou em relações com seus parceiros estáveis.

As populações mais afetadas pelo HIV/aids na Argentina são gays e outros homens que fazem sexo com homens, com uma prevalência de  11,4% e as pessoas privadas de liberdade, com uma taxa de 2,9%.

Desde 2010, novas infecções por HIV aumentaram em 16% e as mortes relacionadas à aids aumentaram em 3%.

Ainda segundo o Unaids, a Argentina alcançou marcos significativos na resposta ao HIV, adotando uma abordagem de teste e tratamento desde 2015. A cobertura estimada de pessoas vivendo com HIV que acessam a terapia antirretroviral está entre as mais altas da América Latina.

Quatorze municípios assinaram a Declaração de Paris. O financiamento interno para a resposta à aids é de mais de 98%, com 1,7% do orçamento destinado à prevenção do HIV, a maior parte do qual é gasto em preservativos e lubrificantes.

Islândia

Conhecido pelas geleiras, fiordes, vulcões e gêiseres que embelezam sua paisagem, a Islândia é um país economicamente desenvolvido e a população desfruta de elevado padrão de vida. Situado no Atlântico norte, entre a Noruega e a Groenlândia, a população se caracteriza pela homogeneidade étnica: aproximadamente oitenta por cento dos habitantes descende de noruegueses. Os restantes descendem de escoceses e irlandeses.

Em 2016, houve um aumento considerável em pessoas diagnosticados com HIV, sífilis e gonorreia, de acordo com um relatório da Diretoria de Saúde da Islândia.

O aumento da sífilis e da gonorreia foi especialmente entre os homens gays, mas o aumento do HIV é igual entre as pessoas heterossexuais e homossexuais, bem como usuários de drogas injetáveis.

Em 2016, 27 pessoas foram diagnosticadas com HIV, o dobro dos anos anteriores. Quatro pessoas foram diagnosticadas tardiamente e chegaram ao serviço já com aids.

A Islândia ocupa a primeira posição no Índice de Aceitação Global LGBT. Essa aceitação refere-se a crenças sociais sobre pessoas LGBT, bem como a opinião prevalecente sobre leis e políticas que protegem – ou prejudicam – as pessoas LGBT.

 

Redação da Agência de Notícias da Aids