O Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo, desta segunda-feira (3), lembrou o Dia Mundial de Luta contra a Aids, que acontece todo o dia 1° de dezembro. Para falar mais sobre o tema, Fátima contou a história de Thaís e Rodrigo, um casal sorodiscordante.

Thaís é HIV positivo e recebeu a notícia quando tinha 31 anos, depois de ver o seu então namorado ser internado pela segunda vez com pneumonia: “Eu estava namorando há um pouco mais de um ano quando ele ficou doente. Teve uma pneumonia e logo depois foi parar no hospital pela segunda vez. Achei estranho, porque ele emagreceu muito e como ele ficou mal, questionei a família. Até que me disseram que ele tinha aids. Na verdade, ele morreu de aids. Eu fiquei confusa, mas corri para fazer meus exames. Quando recebi o diagnóstico, fiquei me perguntando se ele já sabia da doença e não me disse ou se também não sabia”.

Mesmo com o diagnóstico positivo e carregado de estigmas, a executiva decidiu enfrentar o preconceito e procurar ajuda e informação: “Eu só encontrava histórias ligadas a pessoas homossexuais, dependentes químicos. Eu não era nada disso. Achava estranho, porque mais de 120 pessoas são contaminadas diariamente, não é possível que todas sejam gays ou dependentes químicos. Então, decidi que falaria para todo mundo. Queria combater o preconceito e mostrar que é possível viver bem com o vírus”

Logo um mês depois de começar o tratamento, Thaís ficou 100% indectável. Ou seja, o vírus do HIV não aparece mais na sua corrente sanguínea. Contudo, a convidada do programa não acreditava que conseguiria construir uma família, até que se reaproximou de Rodrigo, seu marido, que não é soropositivo.

“A gente se conheceu no trabalho, eu tinha acompanhado a história do namorado que tinha falecido, a gente era amigo na época. Quando ela me contou eu fiquei um pouco chocado, porque estávamos namorando, precisamente, e o preservativo se rompeu. Eu comentei com a Thaís, ‘olha Thaís, a camisinha estourou’ e eu percebi que ela ficou desesperada. Eu falei ‘calma, eu não tenho nada’, mas ela falou ‘eu tenho'”.

O próximo passo foi correr atrás de mais informação e Rodrigo contou: “Fomos até o infectologista dela e ele tirou todas as minhas dúvidas. Eu era muito ignorante, para mim o HIV e a aids eram a mesma coisa. A visão que eu tinha era que a Thaís ia morrer e eu tinha me infectado naquele momento”.

O casal superou a falta de informação e depois de 5 anos de relacionamento, resolveu aumentar a família. Rodrigo compartilhou que a gravidez foi quase uma supresa:”A gente estava começando a se preparar e ela foi fazer um exame e descobriu que estava grávida”.

Thaís explicou que os dois filhos não tem o vírus do HIV e que o começo da gravidez foi cercado de cuidados: “Ao invés de ficar feliz eu fiquei um pouco preocupada, porque eu não sabia como seria, se prejudicaria o bebe. Fiquei um pouco apavorada, mas aos poucos a gente já foi entendendo esses protocolos”.

A executiva explica mais detalhes sobre o processo do nascimento dos filhos: “Eu não posso amamentar. Por mais que eu tenha feito todos os processos direitinho, só quando você pega os exames na mão que tem aquele alívio. Então, mesmo com os contratempos da vida, consegui gerar duas crianças saudáveis”

Juventude x preservativo

Ainda sobre o tema do combate ao vírus do HIV, o Encontro foi conversar com o público jovem que frequenta a Lapa, bairro boêmio carioca. As dúvidas foram em torno do uso do preservativo. Como será que essa geração está se prevenindo? (Veja o vídeo)

Fonte: Encontro