09/09/2009 – 16h

A polêmica sobre uma campanha publicitária de prevenção ao HIV/aids na Alemanha chegou ao Brasil. Por aqui, ativistas e publicitário ouvidos pela Agência Aids criticaram a relação entre medo e aids criada pela propaganda. A campanha inclui um vídeo (assista aqui) e pôsteres em que Adolf Hitler,Saddam Hussein e Josef Stalin aparecem em cenas de sexo associados ao slogan ‘Aids é uma assassina de massas’.

Para a ativista do Grupo Vhiver (MG) e da Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV/Aids, Camila Pinho, as peças publicitárias não têm sentido nos dias de hoje. ”A aids não é mais uma doença que mata, como no passado. Atualmente as campanhas no Brasil são elaboradas para estimular a prevenção e a qualidade de vida dos doentes”, disse.

“A imagem de um ditador em uma campanha contribui para que as pessoas que de alguma forma se expuseram tenham medo de fazer o teste de HIV, o que dificulta o diagnóstico precoce”, completou.

O integrante da Federação de Bandeirantes do Brasil, Cazu Barroz, também fez críticas, principalmente sobre o filme. “O vídeo associa as pessoas vivendo com aids ao Hitler. Sou soropositivo e não gosto dessa associação. O fato de ter HIV não quer dizer que vou matar pessoas, como ele fez.” O ativista, que é ator de teatro, também defendeu que o movimento de luta contra a aids deve proibir a veiculação da campanha.

Segundo o publicitário Annibal de Sant’Ana Junior, o filme pode induzir ao erro de considerar que todo portador do HIV é um assassino em massa. “Essa ideia deve ser combatida com informações corretas. O portador do HIV pode ter sexo também com parceiros não infectados, desde que o faça com consciência, criatividade e, acima de tudo, responsabilidade.”

Fábio Serrato e Talita Martins

Dica de Entrevista

Camila Pinho
Grupo Vhiver – MG
Tel.: (0XX31) 3271-8310 / 3201-5236

Cazu Barroz
Federação de Bandeirantes
Tel.: (0XX21) 2240-9220

Annibal Sant’Ana Junior
Publicitário – SP
E-mail: asantana@uol.com.br