Os Estados Unidos seguem investindo pesado para acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus. O governo norte-americano anunciou que irá investir até US$ 1,2 bilhão na AstraZeneca, empresa britânica que está trabalhando em uma vacina junto com a Universidade de Oxford.

O país já bancou diversos projetos de vacina ao redor do mundo, incluindo o da francesa Sanofi e da norte-americana Johnson & Johnson. O governo Trump quer garantir que, quando a vacina estiver pronta, ela estará disponível em alta quantidade para o povo norte-americano.

Segundo a AstraZeneca, o financiamento permitirá que mais de 1 bilhão de doses da vacina sejam produzidas, após uma possível aprovação.

O esforço dos Estados Unidos de bancar o desenvolvimento de vacinas tem causado polêmica. A visão é de que isso coloca o país como prioridade na hora de receber as doses, mas a OMS e outros 194 países acreditam que uma eventual vacina precisa ser um bem global e público.

Na semana passada, o CEO da Sanofi, Paul Hudson, afirmou que os Estados Unidos teriam prioridade na hora de receber a vacina. Isso causou indignação no governo da França, onde a empresa é sediada. Nesta terça (19), o presidente francês Emmanuel Macron se reuniu com Hudson, forçando a farmacêutica a voltar atrás em seu posicionamento.

A AstraZeneca, por sua vez, afirmou que sua prioridade será com o Reino Unido, mas que deverá ter doses o suficiente para distribuição global.

“Outros acordos são esperados para garantir o comprometimento da AstraZeneca com o acesso global,” disse um porta-voz da empresa, por email, a Bloomberg. “Esses acordos estão ocorrendo em paralelo para garantir um fornecimento vasto e igual da vacina ao redor do mundo, sem margem de lucro, durante a pandemia.”