No início da pandemia do novo coronavírus, a Agência Aids publicou vídeos de ativistas contando como estavam vivendo, enfrentando o isolamento social e o que estavam fazendo para colaborar na luta contra a Covid-19. O ativista, youtuber e poeta Drew Persi foi uma dessas pessoas.

No primeiro ano da pandemia, Drew publicou seu primeiro livro chamado Vidas. Na obra por meio do qual ele faz um relato sincero de toda sua trajetória, desde a infância, os traumas da violência doméstica, os amores que o construíram, o diagnóstico de HIV positivo e a superação através da arte. Através de uma compra antecipada você poderá apoiar a publicação do livro.

Essa autobiografia mostra a importância da resiliência, de se visitar um passado e fazer as pazes com ele, e deixa claro que sempre vale a pena escolher viver.

No depoimento abaixo, Drew conta como está sua rotina e como se sente um ano após um ano de pandemia:

“Esse um ano de pandemia tiveram diferentes momentos. Tive momentos de medo, semanas de raiva, de angústia, de aflição, desespero. Depois me acalmei um pouco depois que fui entendendo que é o que temos, que precisamos aceitar a situação e buscar formas de sobreviver dentro dela. Foi quando comecei a meditar bastante, a me ligar em coisas boas, ouvir boas músicas, ler e assistir coisas boas. Fui me conectando mais comigo, fui me descobrindo em vários lugares e aí veio o processo do livro.

O processo de escrever meu primeiro livro e de ser uma autobiografia, contar minha história e revistar esse lugar, me trouxe conforto, novas descoberta e, de forma geral, me trouxe mais coisas positivas, porque isso me fez me movimentar. Então me movimentei para ver o projeto pronto, fazer ele chegar até as pessoas. Foram três meses para escrever, mais um mês negociando detalhes burocráticos, mais um mês pra divulgação e vendas. Assim, até o fim do ano fiquei tomado pelas questões do livro e isso me salvou.

Mais uma vez a arte me salvou.

Busquei formas de estar conectado, de estar com pessoas mesmo que virtualmente. Depois, com o passar dos meses, comecei a me permitir ter pequenos encontros e receber um ou outro amigo em casa, ou ir para a casa de algum amigo que também estivesse isolado e tomando todos os cuidados. Fui sentindo que dá pra gente voltar a fazer algumas coisas de forma segura e responsável.

Minha rotina hoje mudou bastante. Ainda não voltei a fazer coisas externas, continuo em casa. Confesso que estou em uma fase começando a ficar aflito porque ainda não surgiram trabalhos e aí a reserva de dinheiro vai acabando e a gente sem saber ainda o que vai ser. Temos previsão de vacina, mas ainda tudo muito incerto.

Claro que o sentimento agora é outro, diferente do início da pandemia, mas ainda assim tem os picos de ansiedade, medo e angústia. Então sigo buscando me conectar cada vez mais, me descobrir cada vez mais e me reinventar dentro do meu trabalho, minha arte e buscar, de alguma forma não me deixar envolver nessa energia mais densa e negativa. Tento me manter mais positivo para eu conseguir continuar produzindo.”

 

Confira o primeiro depoimento gravado por Drew, em março de 2020:

 

 

Dica de entrevista

Drew Persi

E-mail: drewpersi@hotmail.com