A Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids publicou, nessa terça-feira (15) nota de repúdio sobre a declaração do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, que comparou os ex-presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, à tuberculose e a aids, respectivamente. Na ocasião, Weintraub responsabilizou FHC pela eleição de Lula.

No documento publicado pela RNP+, ativistas condenam a comparação e afirmam que “novamente o Ministro da Educação reforça o estigma, o preconceito e a discriminação que sofrem cotidianamente as cerca de 1 milhão de pessoas vivendo com HIV e aids no Brasil.”

Confira:

Novamente, o ministro Abraham Weintraub, da Educação faz uma comparação esdrúxula em relação à aids. Não foi a primeira vez e talvez não seja a última. Assim que assumiu a pasta, em abril, veio à tona um vídeo no qual Weintraub compara a aids ao socialismo e a doença oportunista ao comunismo. Acesso o vídeo aqui.

No último sábado (12/10), em São Paulo, o ministro voltou à carga comparando, desta vez, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso à aids e Luiz Inácio Lula da Silva à tuberculose.

Afora as questões ideológicas – que os partidários do presidente brasileiro dizem não haver –, novamente o Ministro da Educação reforça o estigma, o preconceito e a discriminação que sofrem cotidianamente as cerca de 1 milhão de pessoas vivendo com HIV e aids no Brasil.

O mais lamentável é a ignorância do ministro em relação ao tema. “Você não morre de aids, você morre de tuberculose. Você tem a doença oportunista, e você tem a aids”, teria acrescentado o titular do Ministério da Educação, segundo a revista Piauí.

Ministro, no Brasil cerca de 13 mil pessoas morrem de aids todos os anos. A aids é uma síndrome, o que significa um conjunto de doenças que acometem as pessoas com HIV que têm seus sistemas imunológicos debilitados. Isso acontece quando não se tem o diagnóstico, ou que o mesmo seja detectado tardiamente, ou que a pessoa não tenha uma adesão aos medicamentos antirretrovirais. Muitos desses fatos – o diagnóstico tardio, a falta de diagnóstico ou de adesão ao medicamento – é, na maioria das vezes provocado pelo estigma, preconceito e discriminação que sofrem as pessoas que vivem com HIV/aids, inclusive reforçado por quem deveria educar a população ao invés de deseducar.

Neste sentido, a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids – RNP+BRASIL, um movimento de pessoas vivendo com HIV/aids criado há 24 anos, bem como as RNP+ de todos os Estados brasileiros em que está organizada, vêm Repudiar veementemente as constantes declarações do Ministro da Educação dizendo: Vai pra casa, Weintraub!!! Chega de estigma! Chega de preconceito! Chega de discriminação! Antes nos escondíamos para morrer; hoje nos mostramos para viver!

A Agência de Notícias da Aids entrou em contato com o Ministério da Educação, mas até o fechamento da reportagem não obteve resposta.