Pelo menos 46 medicamentos estão em falta na farmácia de alto custo do Distrito Federal. O número, confirmado neste sábado (17) pela Secretaria de Saúde, inclui remédios de uso contínuo como a insulina, spray nasal e até pílulas usadas no tratamento de pessoas com HIV.

Pacientes que necessitam dos remédios disseram à TV Globo que, no entanto, a lista de produtos em falta é ainda maior. Ao todo, seriam mais de 60 produtos sem estoque. A costureira Maria do Socorro Regino é diabética e, por isso, precisa de um spray nasal específico para o tipo de doença.

Ela afirma que há quase um ano não consegue encontrar o medicamento na farmácia de alto custo. “Quando eu fico sem o remédio eu tenho tontura, enjoo, vômito, e a sede que dá não é normal. Quanto mais água eu tomo, com mais sede eu fico”.

A costureira conta ter desmaiado no trabalho duas vezes por causa da falta do remédio. Para evitar a situação, Socorro passou a tirar o dinheiro do próprio bolso para comprar o produto. Ela gasta cerca de R$ 600, por mês, com três frascos do spray.

Em nota, a Secretaria de Saúde reconheceu a falta de 34% dos remédios que deveriam estar no estoque das farmácias de alto custo. A pasta informou, ainda, que a compra de 21 deles já “está em andamento” e devem chegar “em até trinta dias”.

Lista extensa

Na farmácia de alto custo da Asa Sul, em Brasília, uma lista com os remédios em falta foi colada na parede. O papel confirma que, pelo menos, 55 medicamentos não estão no estoque. Em outras unidades do tipo, no DF, também está faltando remédio de uso contínuo.

Na região de Ceilândia, a lista cita 56 tipos de medicamentos em falta. Na do Gama, são 60 tipos sem estoque.

Christiano Ramos é presidente de uma organização não-governamental voltada a quem tem o vírus HIV. Ele afirma que um dos medicamentos mais importantes usados no tratamento da Aids – o comprimido em cápsula conhecido como “três em um” – está em falta na rede pública há três meses.

Sobre esses medicamentos, a secretaria disse que “apenas distribui” e que a compra é responsabilidade do Ministério da Saúde. O G1 tenta contato com a pasta federal.

Fonte: G1