Portugal e Marrocos se enfrentam nesta quarta-feira (20), no estádio Olímpico Lujniki, em Moscou, às 9h (horário de Brasília) pela segunda rodada do Grupo B da Copa do Mundo Rússia 2018. A estreia eletrizante de Portugal acabou no empate em 3 a 3 contra a Espanha. Já a seleção marroquina, decepcionou no primeiro jogo e cedeu uma vitória ao Irã em gol contra do atacante Aziz Bouhaddouz. Apesar do favoritismo ser todo de Portugal, a única vez que as duas seleções se enfrentaram foi em 1986, no México, com vitória do Marrocos por 3 a 1. Quando o que está em jogo é a aids, no quesito prevalência da doença, o Marrocos vence, com 0,1% contra 0,5% em Portugal. Veja a seguir mais dados sobre o cenário do enfrentamento da doença nesses países.

Portugal

Com uma população estimada em 10,32 milhões de pessoas, Portugal já atingiu uma das metas para 2020 definidas pelo Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Aids). Das 45.501 pessoas que vivem com HIV/aids neste país, 90,3% já foram diagnosticadas.

As metas 90-90-90 preveem ter, até 2020, 90% das pessoas com HIV diagnosticadas; ter 90% destas em tratamento antirretroviral; e ter 90% deste grupo com carga viral indetectável — quando a quantidade de vírus circulando no organismo é tão baixa que a chance de transmissão do HIV para outra pessoa é praticamente zero.

O primeiro caso por infecção pelo HIV foi registrado em Portugal em 1983. O Unaids informa que atualmente o país tem uma prevalência nacional para o HIV de 0,5%. Entre os usuários de drogas injetável, a prevalência é de 18,9%; profissionais do sexo 5,7%; e 7,2% entre os homens que fazem sexo com homens.

Em 2016, Portugal atingiu o número mais baixo de novos casos de aids desde 2000. Os números apontam para 841 novos casos. No ano anterior o país registrou 1198 casos. Em comparação com o ano 2000, a redução foi de 73,5%.

As autoridades de saúde atribuem essa queda ao acesso de medicamentos mais eficazes e à implementação de políticas de redução de danos, como a troca de seringas.

Mas a incidência da epidemia continua mais alta do que a média na União Europeia (UE): a taxa nacional é de 8,1 novos casos por 100 mil habitantes, enquanto na UE este valor é de 6,3.

A atuação nas grandes cidades também foi considerada prioritária. Cerca de dois terços do número de novos casos de HIV registaram-se nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Marrocos

Um dos países mais turísticos do continente africano, o Marrocos tem 22 mil pessoas vivendo com HIV. Desse total, a média é de 750 novas infecções por ano e menos da metade tem acesso à terapia antirretroviral (48%).

Dentre as mulheres grávidas vivendo com o vírus, 62% estão em tratamento. Apesar deste número, os dados do Unaids mostram que 100 crianças foram infectadas por meio de transmissão vertical.

Segundo o Unaids, desde o ano de 2010 o número de infecções caiu em 2%, assim como o número de mortes por aids que diminuíram em 42%.

No ano de 2017, um plano de aceleração ambiciona que o país acelere a resposta ao HIV até 2021. O que significa reduzir o número de novas infecções entre as populações vulneráveis, eliminar transmissão vertical e reduzir o número de mortes por aids, além, é claro, de diminuir o estigma e discriminação em torno da doença.

Números sobre populações vulneráveis no Marrocos:

* Profissionais do sexo – Prevalência de 1,3%

* Gays e outros homens que fazem sexo com homens – Prevalência de 5,7%

* Pessoas que fazem uso de drogas injetáveis – Prevalência de 0,5%

* Pessoas privadas de liberdade – Prevalência 0,5%

Há um número insuficiente de médicos por pacientes em cerca de 0,5 por 1.000 pessoas e leitos hospitalares são de 1 para cada 1.000 pessoas. Há também problemas com o acesso à água potável e saneamento. O orçamento da saúde é apenas cerca de contas para 1,1 por cento do produto interno bruto e 5,5 por cento do orçamento do governo central. Nas grandes cidades há os melhores cuidados possíveis, mas de emergência e tratamento especializado ainda podem ser limitados.

Redação da Agência de Notícias da Aids