Durante os dias 24, 25 e 26 de abril, o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP) realiza “Oficinas de Empoderamento com mulheres de Caraguatatuba e Região”. As atividades fazem parte de um projeto Estadual para fortalecer e empoderar mulheres que vivem com HIV na região.

Dentre os temas trabalhados estavam o empoderamento feminino, conceito de patriarcado, violência contra as mulheres, saúde sexual e reprodutiva, a construção social da sexualidade e a sexualidade das mulheres vivendo com HIV/Aids.

“Nós, mulheres vivendo com HIV/Aids, lutamos para que nossas vozes sejam ouvidas, principalmente nos espaços de decisões políticas. Muitas, ainda, sofrem todo tipo de discriminação, seja a nível pessoal, social ou institucional. O estigma e o preconceito ainda se fazem presentes no dia a dia, sem contar o sentimento de culpa, falta de sensibilidade de alguns serviços de saúde ao atenderem essas mulheres e negação de acesso a informações sobre os Direitos Sexuais e Reprodutivos. A tudo isso soma-se as situações de violências físicas e morais que algumas mulheres sofrem e que interferem diretamente na saúde destas”, destaca Silvia Almeida, consultora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).

Segundo Silvia, o objetivo do projeto é ir até onde estão estas mulheres e fortalecê-las em suas residências, “o que é fundamental para a transformação da realidade local, pessoal e coletiva, além de auxiliar na melhoria dos serviços prestados conquistando a não discriminação”.

Entre os depoimentos mais marcantes estão o de uma mulher que afirmou “nunca ter ouvido falar de vida com qualidade após o HIV, viver bem mesmo tendo HIV e que as oficinas mudaram sua forma de viver.”

Para a ativista Renata Souza, que desenvolveu a oficina sobre o patriarcalismo, o empoderamento feminino precisa ser estimulado para que as mulheres vivendo com HIV/aids tenham seus direitos humanos garantidos, ampliando assim a participação social feminina.

A atividade também já impactou outras localidades no mês de março como mulheres que vivem na região da Alta Paulista, Dracena, Nova Guataporanga e Panorama. No Litoral Norte, dez mulheres estão sendo capacitadas, de Ubatuba, Caraguatatuba, Ilha Bela e São Sebastião.

O projeto acontece com o apoio do Programa Estadual de IST/Aids de São Paulo, o Fórum de ONGs Aids de São Paulo, Secretaria de Saúde de Nova Guataporanga, GVE – Grupo de Vigilância Epidemiológica de Caraguatatuba, Prefeitura de Panorama e Unaids.