“Tuberculose tem cura” esta e outras chamadas ecoaram pela avenida Paulista na manhã deste domingo (24) em alusão ao Dia Mundial da Tuberculose. Organizado pelo Comitê Estadual de Controle Social da Tuberculose de São Paulo, o coletivo reuniu representações da sociedade civil e gestores do estado para levar uma mensagem de alerta e solidariedade ao público que tradicionalmente ocupa a avenida nos domingos.

 

Além de chamar a atenção das pessoas que passavam pelo local, a caminhada distribuiu material informativo destacando os sintomas e o tratamento gratuito disponibilizado nos postos de saúde.

 

“A ação visa chamar alertar a população para uma doença que tem cura e que pode ser vencida, desde que se conclua o tratamento, de seis meses”, afirma o coordenador do Comitê José Carlos Veloso que também chama a atenção para a carga de preconceito que ainda encobre esta realidade.

 

Segundo a coordenadora estadual de Tuberculose da Secretaria Estadual da Saúde, Laedi Santos as populações mais atingidas ainda são os detentos, indígenas, pessoas que vivem com HIV e pessoas em situação de rua, “mas isto não impede que qualquer outro grupo possa contrair o bacilo, por isso, a importância de arejar os ambientes e da detecção precoce”, alerta.

 

Participaram da manifestação organizações sociais, pessoas que tiveram a doença, pesquisadores, estudantes, trabalhadores de saúde e representantes da gestão pública, com apoio da Unifesp, Uninove, Centre de Referência e Testagem, o Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, o Movimento Paulistano de Luta Contra Aids (Mopaids), Centro Social Bom Parto, Instituto Vida Nova e Rede Paulista de Controle Social da Tuberculose. 

Números ainda preocupam

“Com diagnóstico e tratamento até o final, a tuberculose tem cura. É preciso levar esta informação a população”, alerta Eri Ishi da Rede Paulista de Controle Social da Tuberculose. No ano de 2017 em todo o mundo 1,6 milhões de pessoas foram diagnosticadas com a doença. No Brasil, foram 72 mil quase 200 por dia.  O estado de São Paulo aparece em oitavo com maior incidência da doença entre as 27 unidades da Federação. Segundo a coordenadora estadual de Tuberculose da Secretaria Estadual da Saúde, Laedi Santos as populações mais atingidas ainda são os detentos, indígenas, pessoas que vivem com HIV e pessoas em situação de rua, “mas isto não impede que qualquer outro grupo possa contrair o bacilo, por isto a importância de arejar os ambientes e da detecção precoce”, alerta.

 
Diagnóstico e coinfecção com o HIV

Segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa vivendo com HIV no Brasil tem 28 vezes mais chances de contrair tuberculose do que uma pessoa que não tem HIV. No Brasil, a proporção da coinfecção TB-HIV é de 9,4%, ou seja, dos 69 mil novos casos de tuberculose registrados em 2016, 6,5 mil também apresentaram resultado positivo para o HIV.

 

Cerca de 40 países apresentaram um aumento no número de mortes por tuberculose entre pessoas vivendo com HIV entre 2010 e 2017. Na Europa Oriental e Ásia Central, o número de mortes por tuberculose entre pessoas vivendo com HIV aumentou em 22% entre 2010 e 2017, com aumentos em quase todos os países da região (apenas três países não registraram crescimento).

 

Na América Latina, as mortes aumentaram 7%. A falta de progresso em alguns países é uma indicação clara de que são necessários mais esforços para enfrentar os principais desafios, incluindo a necessidade de equidade e de garantir que grupos vulneráveis tenham acesso a serviços integrados de HIV e TB.

 

Toda pessoa que apresente tosse por três ou mais semanas deve procurar o Posto de Saúde mais próximo de sua casa para ser avaliado por um médico e fazer o exame do escarro (baciloscopia). Este exame permite descobrir se a há eliminação dos bacilos que são fonte de transmissão, e assim, evitar que outras pessoas próximas também sejam atingidas. Além do exame de escarro, o profissional de saúde também poderá pedir uma radiografia do tórax. Outros exames, como a cultura de escarro e um teste chamado PPD também podem ser necessários. É também recomendável que seja realizado o teste ELISA anti-HIV.

 

Redação Agência Aids com apoio de Liando Lindner