“Quando a pessoa passa dos 60 anos, os enfrentamentos chegam independente do gênero, seja para incluir, respeitar ou atender às especificidades. Quando pensa em trans na terceira idade, já tem toda a negação, são as mesmas exclusões agravadas ao quadrado”, afirma Keila Simpson, a primeira travesti a ser eleita para presidir o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de LGBT, um conselho de âmbito nacional.
Condecorada com o Prêmio Direitos Humanos, recebido das mãos da então presidente Dilma Rousseff em 2014, a militante afirma que o Dia da Visibilidade Trans foi essencial para ampliar a discussão dos direitos dessa população. A ativista também lutou anos pela conquista do direito ao nome civil dos transexuais.
“Escolhemos esta bandeira por entender que o respeito ao nome civil de todas e todos é luta primordial. Queremos ser reconhecidas e reconhecidos, segundo o nome que escolhemos”, enfatiza Keila, que exerce hoje presidente da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), entidade que reúne mais de 170 ONGs em todo o país.
“A visibilidade positiva é trazer a mensagem que queremos, ou seja, sermos vistas e compreendidas como somos, sem falsos moralismos ou coisa que o valham, pois quando essa população é visibilizada quase tão somente mostram o lado negativo da história”, comenta. “Protestaremos também contra a violência que impera na nossa população, tanto a letal como a social, pois elas acabam impedindo que essas pessoas sigam suas vidas e as afastam dos serviços básicos, como acesso à saúde, emprego e educação”, acrescenta.
Redação da Agência de Notícias da Aids com informações