Último boletim nacional mostra aumento de 129% nos casos da infecção após os 60. Conscientização desse público se faz ainda mais necessária

Já faz alguns anos que o crescimento de ISTs em idosos, principalmente o HIV, preocupa as autoridades de saúde. E essa população é particularmente vulnerável.

“Muitos homens passaram a tomar remédios para a ereção, mas ainda não têm o hábito de usar camisinha. No caso das mulheres, com a idade a vagina fica mais sensível, podendo sangrar e ter uma maior permeabilidade para vírus e bactérias”, contextualiza o infectologista Álvaro Furtado, do Ambulatório de HIV/Aids da Secretaria de Saúde de São Paulo.

Não é brincadeira. Contrair o HIV após os 60 anos implica o aumento de riscos ao organismo, pois, antes de começar o tratamento, é preciso avaliar a presença de outras doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. “Os antivirais são seguros para todas as idades, mas é necessário averiguar se há interação entre eles e outros remédios, aumentar a frequência de exames e ter uma dieta mais controlada”, informa Furtado.

Reflexo do tabu

Ainda existe a ideia errônea de que o idoso quase não tem vida sexual, e isso aumenta a vulnerabilidade dessa faixa etária para ISTs.

“Muitas vezes, os profissionais não pedem exames sorológicos e não perguntam sobre o assunto nas consultas, o que configura um risco”, aponta Furtado.

Segundo o médico, falar sobre sexo nesses momentos e ter campanhas públicas específicas para os mais velhos são medidas essenciais para prevenir HIV e outras ISTs entre eles.

Fonte: Veja Saúde