A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou na quinta-feira (20) o uso emergencial da CoronaVac em crianças de 6 a 11 anos. Na decisão, a agência vetou imunossuprimidos —quem tem problemas no sistema imune, o mecanismo natural de defesa do corpo humano. Em nota, a Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia) esclareceu que isso não anula a segurança da vacina para os demais grupos.

Segundo a entidade, a CoronaVac carece de estudos semelhantes aos realizados com imunizantes de mRNA (RNA mensageiro), como as doses pediátricas da Pfizer, liberadas antes pela Anvisa e em aplicação no Brasil.

“Consideramos que vacinas mRNA sejam, no momento, mais apropriadas em imunocomprometidos, pela eficácia que estas vêm apresentando em vários estudos e não por qualquer questão de segurança em relação à CoronaVac”, afirma a nota.

No entanto, a associação lembrou que a CoronaVac é aplicada “com segurança em pacientes adultos imunocomprometidos há mais de um ano”.

A dificuldade em realizar pesquisas com o grupo, sobretudo infantil, seria reflexo da diversidade de doenças que atingem o sistema imune em diferentes graus e que, em sua maioria, são condições clínicas raras.

“Em pacientes imunocomprometidos, a tradição de falta de dados nos leva a considerar como principal fator a segurança dos imunizantes: se não há risco, ainda que a resposta seja duvidosa, as aplicamos”, explica a Asbai.

Como funciona a vacina em imunossuprimidos?

O sistema imune é o responsável por proteger o corpo de “ameaças”, como vírus, bactérias e demais agentes estranhos. Porém, em algumas pessoas, esse mecanismo pode funcionar de maneira errada. É o caso, por exemplo, de quem apresenta falhas no sistema por doenças congênitas, pessoas em tratamento de câncer e até mesmo idosos, que têm menor defesa natural.

Em pessoas imunossuprimidas, a ação das vacinas pode ser menor pela deficiência do sistema imune. No entanto, é de extrema importância receber o imunizante, pois, em caso de infecção, a doença pode evoluir de forma grave.

“A depender do tipo de imunodeficiência, a pessoa terá pouca resposta à vacina. Mas qualquer resposta é melhor do que nada. Mesmo porque, por estarem nesta condição, esses pacientes têm maior possibilidade de evoluir com doença grave”, explica Lorena de Castro Diniz, coordenadora do Departamento Científico de Imunização da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).

Fonte: UOL (Viva Bem)