A escritora, poeta e pensadora Letícia Lanz, mestra em sociologia e especialista em gênero e sexualidade, foi a convidada desta semana na coluna “Senta aqui, com Marina Vergueiro”, no Instagram da Agência Aids.

Mulher trans de 70 anos, ela escreveu diversos livros como, “A construção de mim mesma”, “Uma história da transição de gênero” e “O corpo da roupa”. Letícia é casada há 45 anos e tem três filhos e cinco netos. É dona, desde 2006, do site Arquivo Transgênero, uma das páginas mais acessadas em língua portuguesa para informações sobre diversidade de gênero

Comentando sobre o seu processo de transição, Letícia desabafou: “Como eu tinha um pênis, eu tinha que me enquadrar em um mundo masculino, quisesse eu ou não”. A pensadora ainda ressaltou que em pleno século 21, um simples órgão genital organiza toda a subjetividade de uma pessoa. “A sociedade continua pensando dessa forma esdrúxula”.

Ao ser questionada por Marina sobre se sentir como uma nova pessoa após a transição, a psicanalista declarou que não houve nenhum tipo de renascimento e que na verdade, o que houve foi muita repressão, opressão, safadeza e sacanagem da sociedade para convencê-la de que um macho precisa se adaptar ao mundo masculino pelo simples fato de ter um pênis.

Durante a live, Letícia ainda relembrou um pouco da fase difícil que passou na infância, “Eu queria brincar as meninas, mas elas não queriam brincar comigo e os meninos queriam que eu brincasse com eles, mas eu não tinha o menor talento para realizar o tipo de brincadeiras que eles faziam”.

E não para por aí, no decorrer da conversa, a escritora compartilhou várias curiosidades e esclareceu algumas dúvidas sobre transgeneridade e identidade de gênero que permanecem na cabeça de muitas pessoas.

Convidamos você a assistir o bate-papo na íntegra:

Matheus Jushiro

Dica de entrevista:

E-mail: leticialanz@yahoo.com.br

Telefone: (41) 99973-7635