Na noite da última terça-feira (19), a live ‘‘Senta Aqui, com Marina Vergueiro’’ no Instagram oficial da Agência Aids recebeu uma convidada especial: Michele Almeida. 

Michele descobriu há 1 ano e 4 meses viver com HIV há pelo menos 8 anos, mas sua sorologia não foi e não é impeditivo para que realize seus objetivos e desfrute de cada uma de suas versões. Ela é cristã, mãe, avó, esposa, uma profissional da área de Gestão de Recursos Humanos (RH), entre outros papéis que desempenha com excelência.

Com um sorriso acolhedor e uma história de vida repleta de superação, Michelle compartilhou aos internautas que sua trajetória exigiu coragem e resiliência.

Michele Almeida é paulista, mas faz 15 anos que mora em Santa Catarina. A mudança de estado ocorreu após perder um de seus filhos, como uma forma de ressignificar esse triste capítulo de sua história.

“Eu fui criada por mãe solo, tantas coisas eu tive que vencer, o HIV é só a cerejinha do bolo’’, falou.

“No começo da descoberta do diagnóstico é muito difícil, mas a perda do meu filho foi muito mais difícil de superar’’, completou.

A descoberta do diagnóstico 

A convidada resgatou em sua memória que depois de uma sequência de infecções, começou a notar em sua região íntima algumas manchas e feridas suspeitas, que foram gradativamente aumentando. Inicialmente, por achar que se tratava apenas de um problema ginecológico, procurou um profissional da área; após uma bateria de exames para investigação da irregularidade, com solicitação do teste de HIV, se surpreendeu com o resultado positivo.

“A moça [da coleta] sem cuidado algum me falou o resultado. Ali o meu mundo caiu, naquele momento me bateu o desespero e eu só lembrava do Cazuza e pensava que iria morrer”, contou.

Michele iniciou o tratamento no mesmo dia, e também contou ao seu marido. Ele que foi testado na mesma hora, com resultado negativo, acolheu sua parceira. 

Além do apoio ofertado por seu cônjuge, Michele enfrentou esse desafio com o apoio inabalável de sua mãe, seus filhos e líderes religiosos, que se mostram fundamentais neste processo. Eles não hesitaram em dar o suporte necessário, demonstrando o verdadeiro significado da palavra “família”. Como cristã, ela encontrou força em sua fé e mostrou que o amor e a aceitação podem transcender qualquer barreira.  

“Eu só tive um pouco de medo de sofrer preconceitos no trabalho, mas fui acolhida dentro da empresa. Ao público da igreja eu abri meu diagnóstico numa reunião com mais de 1500 pessoas. Existe um peso muito grande em ser cristã e falar que vive com HIV, mas eu não sofri nenhum tipo de preconceito na minha igreja, meus lideres me acolheram, me ajudaram, me apoiaram…”, falou.

“Depois disso, outras muitas mulheres, também cristãs, vieram até mim contar que vivem com HIV”, complementou.

Ao longo do tempo, Michele aprendeu a viver com o HIV, seguindo rigorosamente o tratamento médico prescrito e adotando hábitos de vida saudáveis. Sua fé inabalável em Deus e a unidade familiar foram pilares essenciais para enfrentar os obstáculos e transformar sua realidade.

A história de Michele Almeida é um testemunho de como o amor, o apoio familiar e a fé podem ser poderosas ferramentas para superar desafios.

“Eu falo abortamente sobre isso, porque acredito que quanto mais a gente dissemina informações, mais a gente acaba com os preconceitos, principalmente carregando a bandeira de ser uma mulher cristã”, finalizou.

Assista a conversa na íntegra:

Kéren Morais (keren@agenciaaids.com.br)

Dica de entrevista:

Michele Almeida

Instagram: @almeida_michele