A cidade de São Paulo festeja nesta quarta-feira (25), seus 469 anos. Diversa como é, sobram formas de homenagear e celebrar a metrópole. A Agência Aids preparou uma série de reportagens para contar como tem sido o enfrentamento do HIV/aids na cidade. Na história da epidemia brasileira de HIV/aids, o município e o estado de São Paulo sempre estiveram à frente do resto do Brasil.

A cidade tem registrado bons números no enfrentamento a epidemia. De acordo com o Boletim Epidemiológico do município publicado no último dia 1º de dezembro, nos últimos 6 anos, a taxa de detecção de novos casos de infecção por HIV por 100 mil habitantes caiu em cerca de 40%, o que o próprio documento atribui à ampliação do acesso à PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) ao HIV e aos demais métodos de testagem, prevenção e tratamento. Em 2021, foram registrados 2.351 novos casos de HIV e em 2016 foram 3.761 registros.

A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes também se mantém em queda. Em 2016, essa taxa foi de 6,3. Em 2021, caiu para 4,3, representando redução de 31,7 % neste período.

“Expandir o acesso aos serviços de saúde e insumos de prevenção, assim como o tratamento, é essencial para diminuirmos a taxa de transmissão em uma cidade tão grande como a nossa. E estamos observando o resultado desse trabalho ano a ano”, disse Maria Cristina Abbate, coordenadora de IST/Aids.

Transmissão vertical

Outro dado que vem sendo comemorado por todos os envolvidos na luta contra aids é o que diz respeito à transmissão vertical do HIV (de mãe para filho). Em 2019, São Paulo foi a primeira cidade do seu porte no mundo a conseguir eliminar a transmissão vertical do HIV como resultado da melhora da cobertura do atendimento pré-natal de qualidade. No final de dezembro, o município recebeu mais uma vez do Ministério da Saúde a certificação de que manteve desde então essa meta.

Os números que chamam atenção também estão relacionados a distribuição de insumos e testes rápidos de HIV:

Entre 2016 e outubro de 2022, foram distribuídos 365 milhões de preservativos e mais de 17,5 milhões de saches de gel lubrificante.

* Autoteste HIV (de 2019 – quando começaram a ser distribuídos, a outubro de 2022) – quase 200 mil

* Testes rápidos (de 2016 a outubro de 2022) – mais de 1,5 milhão

Enfrentamento de ISTs

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A cidade oferece atendimento especializado às pessoas que vivem com aids ou estão sob risco de contrair o HIV. O acompanhamento e tratamento é realizado na Rede Municipal Especializada em IST/Aids, que conta com 27 centros de referência em aids da capital, sendo dez Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs – com um deles itinerante), 17 Serviços de Atenção Especializada (SAEs) e outras unidades parcerias como AMAs, UPAs e AMAs/UBSs Integradas.

Os CTAs oferecem serviços de saúde em ISTs para quem busca retirar insumos como preservativos, gel lubrificante, autoteste para HIV, testes para diagnóstico de outras ISTs com sífilis, clamídia, gonorreia e hepatites B e C e acesso a profilaxias pré e pós-exposição (PrEP e PEP) que impedem a infecção pelo HIV mesmo após exposição de risco ao vírus.

As profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) são métodos preventivos que impedem a infecção pelo HIV mesmo havendo contato com o vírus. A PrEP deve ser tomada antes da exposição de risco. Já a PEP, deve ser acessada em no máximo 72 horas após a exposição de risco, preferencialmente nas duas primeiras horas.

A capital ainda conta com uma unidade itinerante do CTA, é o CTA da Cidade. O equipamento móvel percorre diferentes regiões da cidade nas quintas, sextas e sábados (cada final de semana em uma local previamente divulgado nas redes sociais). O CTA da Cidade é inserido em pontos estratégicos, ocasionalmente com o objetivo de ofertar o serviço para todos os usuários.

Assim como os CTAs, os 17 SAEs disponibilizam testagem, insumos e profilaxias, mas além disso também oferecem consultas médicas e o tratamento para HIV/aids e coinfecções, inclusive hepatites virais e tuberculose. Nestas unidades é possível vacinar-se contra o HPV (papilomavírus humano) e hepatites A e B.

PrEP na Rua

A coordenadoria também executa ações extramuros, isto é, desenvolvidas nas ruas, em horário alternativos, pelas unidades da RME e pelos agentes de prevenção da Coordenadoria de IST/Aids. Uma delas é a PrEP na Rua, que acontece periodicamente em diferentes pontos da cidade.

O Projeto PrEP na Rua busca expandir o acesso da profilaxia pré-exposição como forma de prevenção ao HIV, especialmente para os segmentos mais vulneráveis da população. O tratamento consiste no uso contínuo de medicamentos antirretrovirais (na forma de um comprimido por dia), de modo que, caso haja exposição ao vírus, a pessoa já esteja protegida.

O equipamento também oferece o teste rápido tanto para quem busca receber a PrEP como para quem apenas desejar realizar o a avaliação para HIV. Considerando todos os estabelecimentos de saúde da rede municipal que realizam a testagem, no ano de 2022, de janeiro a setembro, 191.066 testes para HIV foram realizados, enquanto no ano de 2021, 244.870 exames.

Clique aqui e confira os endereços de CTAs e SAEs na cidade.

Redação da Agência Aids com informações