No município de Chã Preta (a 101 km de Maceió), três dos quatro médicos do Programa de Saúde da Família são cubanos.

A secretária municipal de Saúde, Rosilene Pedrosa, afirmou que até a tarde desta quarta-feira (14) não havia sido notificada oficialmente da saída dos médicos e que pretende conversar com eles nesse feriado da Proclamação da República. Ela também chamou a situação de “um desfalque grande”.

“Se eles deixarem [o programa], a cidade fica sem médicos, só fica com um brasileiro”, relata ela. “A gente não sentou para conversar com a prefeita porque soubemos hoje pela internet. Tenho de ser notificada para saber que providências vamos tomar.”

Chã Preta tem uma população de apenas 7.316 pessoas, segundo estimativa de dados de 2018 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A renda per capita anual fica em R$ 9.140,03.

Localizado na divisa com Pernambuco, o município é uma típica cidade do interior do Nordeste sem arrecadação própria e tem apenas 5,9% da população com esgoto sanitário adequado.

Segundo Pedrosa, que assumiu o cargo há seis meses, a tendência é que, sem os médicos do programa federal, pequenos municípios pobres tenham problemas para contratar profissionais.

“A dificuldade dos secretários vai ser a questão dos salários, porque os brasileiros pedem muito alto, coisa R$ 13 mil, R$ 14 mil, e os municípios pequenos não têm como pagar isso”, afirma.

Segundo a secretária, os médicos cubanos são bem vistos pela população e pela gestão da prefeitura. “Os pacientes gostam deles. Nós, da gestão, também gostamos, nunca tivemos problemas. A única dificuldade é a questão da língua, a comunicação”, finaliza.

Fonte: UOL