15/07/2018 – Desde o início até a final da Copa 2018, a Agência de Notícias da Aids publicou matérias mostrando como é o cenário da aids nos países que entraram em campo. Depois de 63 partidas, só restam duas equipes na busca pela taça da Copa do Mundo. França e Croácia superaram adversários, dramas e desconfiança para chegar até esta decisão. Agora, apenas um vai sair de campo consagrado como campeão mundial. Os franceses já sabem como é levantar o troféu, já que conquistou há exatos 20 anos. Já os croatas chegam pela primeira vez em uma final. Considerando-se o número de minutos jogados, a Croácia jogou uma partida a mais que a França, que venceu todos os seus jogos no tempo normal. De bola, ambos provaram que são bons. Relembre, agora, como os países dessas seleções jogam quando a partida é contra a aids.

França

Cerca de 6 mil pessoas receberam o diagnóstico positivo para o HIV, em 2016, na França, um número que segue estável desde 2007. A maior prevalência neste país é entre homens que fazem sexo com homens (HSH), o que representa 17,7%. Os dados são do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Aids (Unaids). Entre os usuários de drogas injetável, a prevalência é de 10%.

Uma em cada cinco pessoas vivendo com o HIV não sabe o seu estado sorológico. A maioria das novas infecções por no país ocorre entre homens gays e outros homens que fazem sexo com homens.

Em 2013, o presidente da organização não governamental francesa Aides, Jean-Marie Le Gall, apresentou resultados de um estudo que testou 20 mil pessoas para o HIV, na França. Entre os HSH brancos, 1,73% dos resultados foram positivos.

Já na população de gays que vivem em comunidades de imigrantes, a prevalência foi quase o dobro: 3,47%. Entre os imigrantes heterossexuais, a proporção de casos positivos encontrados foi de 0,8%, sendo 1,01% em mulheres e 0,73% entre homens.

Para Le Galll, o resultado comprovou que os imigrantes estão mais vulneráveis ao vírus da aids. “São pessoas que sofrem maior estigma e, consequentemente, têm menos acesso aos serviços de saúde e à testagem.”

O Unaids considera que este país desempenhou um papel fundamental na garantia global do acesso a medicamentos por meio de sua contribuição ao Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, do qual já doou mais de US $ 4,8 bilhões. A França também apoiou a criação da Unitaid, em 2006.

Esses investimentos produziram resultados substanciais. Através da solidariedade global, hoje, quase 21 milhões de pessoas têm acesso ao tratamento do HIV. Em 2016, 53% das pessoas que vivem com o HIV estavam em tratamento.

Mais números

* Habitantes: 66 milhões

* Pessoas vivendo com HIV/aids: cerca de 180 mil

* Taxa de prevalência em adultos maiores de 15 anos: 0,4%

* Mulheres maiores de 15 vivendo com HIV: de 52 a 63 mil

Croácia

A Croácia tem cerca de 1.500 pessoas vivendo com HIV/aids numa população de 4,1 milhões de habitantes. A incidência do HIV, por 100 mil habitantes é de 0.04 casos. Na faixa etária entre 15 e 49 anos, a prevalência é inferior a 0,1%.

Os primeiros casos de aids foram registrados e passaram a ser monitorados na Croácia em 1985. As relações sexuais desprotegidas são a maior causa da infecção, que vem aumentando mais na população de homens que fazem sexo com homens (HSH).

Das novas infecções na Croácia, 87% foram entre os homens, sendo 61% atribuídas a HSH; 18% a relações heterossexuais e 5,5% a usuários de drogas injetáveis.

Desde 2010, dez serviços de saúde na Croácia fornecem testagem gratuita para o HIV. Segundo a política local, o teste para o vírus não pode, jamais, ser obrigatório e todas as doações de sangue são testadas desde a metade dos anos 80.

O país é bastante conservador e predominantemente católico romano, com influência dos bispos. O programa de educação e saúde, que inclui algumas diretrizes de ensino sobre sexualidade nas escolas, foi cancelado pela Corte Constitucional em maio de 2013 sob alegação de que faltou debate público.

Mais números da Croácia

* Mortes por aids desde 1985: 201

* Mulheres maiores de 15 anos vivendo com HIV: 360

* Cobertura do tratamento antirretroviral: 89%

* Entre os usuários de drogas injetável a prevalência do HIV é menor que 1%

Redação da Agência de Notícias da Aids