Rainha Elizabeth II no castelo de Balmoral, na Escócia, em 6 de setembro de 2022 — Foto: Jane Barlow/Divulgação via Reuters

A Rainha Elizabeth II morreu nesta quinta-feira (8) aos 96 anos no castelo de Balmoral, na Escócia. O anúncio foi feito pelos canais oficiais da família real britânica. “A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O rei e a rainha consorte permanecerão em Balmoral esta noite e retornarão a Londres amanhã”, informou a Casa Real britânica no Twitter.

Os quatro filhos da rainha, Charles, Anne, Andrew e Edward, foram até a Escócia quando foi anunciado que a rainha estava sob supervisão médica. Seu neto, o príncipe William, também foi até o castelo de Balmoral. À tarde, veio a notícia do falecimento. O reinado de 70 anos faz de Elizabeth a rainha britânica mais longeva da história.

Com a morte da monarca, seu filho mais velho, o príncipe Charles, assume o trono de rei do Reino Unido e de outros 14 países que têm o monarca britânico como chefe de Estado, como Austrália e Canadá. No comunicado sobre a morte de Elizabeth ele já é tratado como rei.

Monarca mais longeva da história

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Em 2 de junho de 2022, o Reino Unido comemorou os 70 anos de reinado da rainha Elizabeth II. Ela foi coroada em 2 de junho de 1952, e um feriado de quatro dias de festividades foi criado para celebrar o Jubileu de Platina de Elizabeth.

Elizabeth Alexandra Mary nasceu em 21 de abril de 1926, em Londres, na Inglaterra. Diferentemente de muitos monarcas, ela decidiu manter seu primeiro nome, ao invés de escolher um novo para o reinado. Seu pai foi o rei George VI, e sua mãe, conhecida como “rainha-mãe”, também se chamava Elizabeth. Ela casou-se com o príncipe Philip em 1947, este que viria a ser o duque de Edimburgo.

A Rainha Elizabeth recebeu esse nome devido à sua mãe, rainha Elizabeth, sua bisavó paterna, a rainha Alexandra, e sua avó paterna, a rainha Mary.

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Quando nasceu, Elizabeth não era a herdeira natural do trono britânico. O monarca era seu tio, Edward VII, que abdicou do trono, dando lugar ao irmão, pai da atual rainha. Ela, como primogênita de Elizabeth e George VII, passou a ser a herdeira natural.

Quando a Segunda Guerra Mundial começou, ela era guia e um grupo de escoteiras e recebeu o mesmo treinamento que todas as outras garotas receberam na sua idade.

Em um país cada vez mais polarizado, Elizabeth Alexandra Mary Windsor era ponto pacífico, a face que ainda unia a grande maioria da população: ricos e pobres, monarquistas e até alguns republicanos. Seu reinado atravessou o período da Guerra Fria, sucessivas crises políticas e econômicas, entrou e saiu da União Europeia, enfrentou uma pandemia global.

Durante todos esses anos, Elizabeth II parecia inabalável. Por dever de ofício, guardou para si opiniões políticas e posições sobre a maioria dos temas considerados sensíveis. Talvez por isso tenha cometido poucos erros. Nem mesmo os escândalos da família real — e não foram poucos — mudavam a atitude da monarca.

Em 1992, depois da separação do príncipe Charles e do príncipe Andrew e de um incêndio em Windsor, admitiu em público que vivia um “annus horriblis”. Mal sabia ela que depois viriam a morte da princesa Diana, e uma imensa comoção nacional e internacional, em 1997, acusações de pedofilia contra Andrew, em 2020, e o afastamento do neto, o príncipe Harry, das funções oficiais do palácio e da família real após seu casamento com a atriz americana divorciada Meghan Markl

Solidariedade a luta contra aids

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Ao longo da história, a monarca se mostrou solidária a luta contra aids. Em junho de 2009, a Rainha visitou uma clínica especializada em HIV/aids em Uganda. Na época, elogiou a luta contra aids naquele país.  Em um discurso aos membros do parlamento de Uganda e ao então presidente Yoweri Museveni, a ranha disse que “o flagelo da infecção pelo HIV e da aids tocou a vida de muitas pessoas. “Ainda há um número crescente de pessoas e organizações cujo trabalho dá motivo de esperança.”

Aids no Reino Unido

Em 2019, o Reino Unido (Grã-Bretanha e Irlanda do Norte) se comprometeu em acabar com a transmissão do HIV no país em até 10 anos. Em 2016, todos os Estados-membros das Nações Unidas comprometeram-se a acabar com a Aids até 2030 na Declaração Política de 2016 da ONU sobre o Fim da Aids. Segundo o Unaids, o compromisso do Reino Unido mostrou que o país continua determinado a alcançar este objetivo.

O Reino Unido intensificou dramaticamente seus esforços para a resposta ao HIV nos últimos anos, o que resultou em um declínio de 28% no número de novos casos de HIV. O governo do Reino Unido tem desempenhado um papel de liderança na resposta global ao HIV desde o início da epidemia. O país investiu £ 1,2 bilhão no Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária .

No ano de 2021, o número de pessoas diagnosticadas com HIV no Reino Unido foi maior entre pessoas heterossexuais, conforme informou uma pesquisa realizada pela Health Security Agency (HSA). Houve aumento de 50% nos diagnósticos entre homens e mulheres heterossexuais entre 2020 e 2021. A menor parte das infecções, 45%, ocorreu entre homens gays e bissexuais.

O The Guardian e o site Gay Blog, que divulgou a pesquisa, ressaltou porém que as restrições impostas pela pandemia de Covid-19 provocaram a uma queda nos testes em geral. Entre os heterossexuais a queda foi de 33%, enquanto entre os homossexuais e bissexuais foi de 7%.

Redação da Agência Aids com informações