Nas próximas duas semanas, todos os olhares do mundo esportivo estarão voltados para Paris. A cerimônia de abertura oficial dos Jogos Olímpicos ocorrerá nesta sexta-feira, 26 de julho, e esta edição tem o potencial de se destacar na história devido às intensas manifestações globais. As competições já começaram desde quarta-feira, 24 de julho, com eventos de futebol masculino e rugby, antes mesmo da cerimônia de abertura. No entanto, o megaevento tem enfrentado resistência desde que a França foi escolhida como sede. Os protestos ao redor do mundo evidenciam que as Olimpíadas transcendem o esporte, servindo também como um importante palco para questões globais.

Se o início dos jogos não houve a presença de brasileiros, nesta quinta-feira (25) as Olimpíadas de Paris vão contar com Brasil em dose tripla. A equipe feminina de futebol feminino entra em campo com a camisa 10 Marta em sua sexta edição dos Jogos, enfrentando a Nigéria. Além delas, o arqueiro número 1 do ranking mundial, Marcus D’Almeida, entra na arena para as classificatórias do arco recurvo individual, assim como Ana Luiza Caetano. Para completar o dia brasileiro em Paris, a seleção feminina de handebol inicia a fase de grupos contra a Espanha.

HIV na França

Na disputa contra a aids, a França continua intensificado seus esforços para melhorar a resposta à epidemia no País. Com uma população de quase 70 milhões de habitantes, o país enfrenta uma epidemia de HIV concentrada em populações-chave. De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), cerca de 200 mil pessoas vivem com HIV na França. Entre os adultos com 15 anos ou mais, aproximadamente 130 mil são homens e 68 mil são mulheres vivendo com o vírus. A taxa de prevalência do HIV entre adultos é de 0,3%, com uma ligeira diferença entre os gêneros (0,4% para homens e 0,3% para mulheres).

A profilaxia pré-exposição (PrEP) tem sido uma ferramenta eficaz de prevenção ao HIV na França, com mais de 50 mil pessoas recebendo o medicamento profilático.

Cooperação técnica

Brasil e a França são parceiros desde 1990, permitindo o compartilhamento de experiências quanto à prevenção, o diagnóstico e o tratamento de pessoas vivendo com HIV ou aids, bem como às pessoas acometidas por tuberculose, hepatites virais ou outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Nessas três décadas, já foram realizados mais de 225 estágios de trabalhadores da saúde brasileiros na França.

O programa de estágios Brasil-França é um produto do acordo bilateral do Ministério da Saúde, implementado por meio do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs, com o Ministério das Relações Exteriores da França. Faz parte da Cooperação Técnica a oferta de vagas para projetos com foco na prevenção, vigilância, assistência, economia da saúde e laboratório, direcionadas à profissionais de saúde que atuam nos serviços de saúde brasileiros. O próximo edital para o programa de estágio será lançado em abril de 2024.

A ação dialoga diretamente com o Programa Brasil Saudável, lançado em fevereiro deste ano com o objetivo de acelerar a eliminação de 14 doenças como problemas de saúde pública. Entre as metas, está a eliminação da transmissão vertical da hepatite B, e, até 2030, diagnosticar 90% das pessoas com infecção pelas hepatites virais, tratar 80% das pessoas diagnosticadas, reduzir em 90% as novas infecções, além de reduzir em 65% a mortalidade pelas infecções.

Os jogos

Desde sua primeira edição na Era Moderna, em 1896, em Atenas, até Londres, em 2012, os Jogos Olímpicos cresceram ao ponto de se transformarem no maior evento do planeta e único capaz de reunir delegações de mais de 200 países em uma mesma cidade. Para se ter uma ideia da força dos Jogos na atualidade, nem mesmo a Organização das Nações Unidas (ONU) consegue agregar tantas nações.

A tradição olímpica remonta há 2.500 anos e tem origem na Grécia Antiga. Naquele tempo, foram disputadas quase 300 edições, que deixaram de ocorrer tempos depois da invasão dos romanos à Grécia.

A última edição dos Jogos ocorreu em Tóquio, Japão, em 2021, em meio à pandemia de Covid-19 que impactou o mundo. Paris é a anfitriã dos Jogos Olímpicos pela terceira vez. A cidade já sediou as Olimpíadas em 1900, na segunda edição do evento, e novamente em 1924, exatamente 100 anos antes dos Jogos de 2024.

Redação da Agência de Notícias da Aids