Em cadeia nacional de rádio e TV, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse na noite do domingo (17), que o governo irá publicar nos próximos dias um ato normativo colocando fim na emergência sanitária provocada pela Covid-19 (saiba mais). Desde fevereiro o ministro vem tratando publicamente do assunto. Nos bastidores, o Palácio do Planalto vinha pressionando pela medida, visto que o presidente Jair Bolsonaro (PL) irá disputar a reeleição. Além disso, Queiroga tinha a expectativa de ser reconhecido como o gestor que terminou com a crise sanitária no Brasil.

Médicos ouvidos pela Agência Aids consideram a medida precoce, uma vez que a pandemia voltou a crescer em outros lugares do mundo como Estados Unidos, Europa e Xangai na China. Confira:

Dra. Zarifa Khoury – Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Coordenação Municipal de DST/AIDS de São Paulo

“Recebo a notícia com certa cautela apesar do número de vacinamos e da queda do número de internações e óbitos pela doença . Existem países onde os casos ainda estão fora de controle, como China e Estados Unidos. Vivemos em um mundo globalizado e a cobertura da terceira dose ainda deixa a desejar.”

 

Dr. Rico Vasconcelos – Trabalha na área de tratamento e prevenção de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, e com pesquisas clínicas com Profilaxia Pré Exposição (PrEP) para HIV. É colunista da secção VivaBem do Portal UOL.

“Que essa ação não signifique que vamos deixar de enfrentar a pandemia de Covid-19. Basta olhar para o resto do mundo para entendermos que a pandemia não acabou.”

 

Marinella Della Negra –  Infectologista e presidente da Associação de Auxílio à Criança e Adolescente Portadora do HIV

“Acho muito precoce você simplesmente por decreto, um ato normativo colocando fim na emergência sanitária. Eu acho isso um pouco temerário. Até porque se você olhar a fotografia do mundo, o que está acontecendo é que já está tendo um aumento de casos na Europa, nos Estados Unidos. Seria importante esperar um pouco mais.”

Dra. Rosana Del Bianco – Infectologista da UTI do Hospital Emílio Ribas 

“Na minha opinião, o governo tem que estimular mais a vacinação, principalmente nas crianças. Tem que proteger a população das novas variantes de covid, pois quase não fazemos testes, não sabemos qual a variante do vírus que circula no país. No hospital que eu trabalho, ainda há funcionários com covid. Porém, a vacinação fez com que a forma fosse mais branda. Estamos vendo atualmente Xangai e Estados Unidos com aumento do número de casos e voltando a exigir uso de máscaras e confinamento. Ainda temos mortes por Covid-19 diariamente, portanto não devemos baixar a guarda. Vacinação, medidas higiênicas e máscaras em ambientes fechados são fundamentais.”

 

Redação Agência de Notícias da Aids

 

Dica de Entrevista

 

Dra. Marinella Della Negra

Associação de Auxílio à Criança e Adolescente Portadora do HIV

Te. (11) 3287-6933

 

Dr. Rico Vasconcelos

E-mail: rico.vasconcelos@gmail.com

Dra. Zarifa Khoury

Coordenação Municipal de DST/AIDS de São Paulo
Telefone: (0XX11) 3218-4121
E-mail: zkhoury@prefeitura.sp.gov.br

 

Dra. Rosana Del Bianco

Hospital Emílio Ribas

Telefone: (11) 3896-1200