Amanda Borges é paulistana da zona sul, é atriz pornô há cinco anos e também trabalha como camgirl. Começou a carreira na Casa das Brasileirinhas e já trabalhou em diversas produtoras nacionais como a Sexy Hot, Quente Club, West Brasil e internacionais como a Legal Porno, Astecas e Mexico Motherfunk. Já performou mais de 100 cenas em seus filmes.

Rotina de Prevenção

Amanda contou que para exercer a profissão, ela faz uso da PrEP. “Além disso, na minha vida pessoal, faço uso da camisinha. Apenas nos vídeos fazemos sem preservativo. Comecei a usar a PrEP assim que eu soube que ela existia”, disse ao enfatizar que o recurso é de fácil acesso na rede pública de São Paulo.

“Eu disse que sou atriz pornô, que trabalho com sexo e foi muito tranquilo, muito acolhedor. Senti que as pessoas estão lá justamente para dar a assistência que a gente precisar. Faço tudo pelo SUS. Além disso, faço exames completos para ver se já tive contato com outras doenças.”

Ela também falou sobre a importância de fazer testes para o HIV. “A ignorância é o pior dos males que tem na sociedade. As pessoas acham que por ser atriz pornô, não me cuido. E é justamente o contrário, são as pessoas que mais se cuidam. Mas existe muito preconceito. Já tentei incentivar  um casal de amigos a fazerem teste e se recusaram.”

Sexo para mulher

Amanda explica que a maneira com que homens e mulheres enxerga o sexo são diferentes. “A mulher não quer ver algo fake, a mulher é mais sensitiva, e o homem é mais visual. Ela percebe o que é simulação e o que é real. As mulheres consomem pornografia, mas não é de qualquer tipo.”

Ela contou que recentemente fez uma cena com uma mulher trans e uma cena bissexual, com dois homens onde um era bissexual e outro era gay. “É muito bom trabalhar com um público que não seja somente heterossexuais.”

Sobre as situações vividas por ser uma mulher, a atriz disse que nunca se calou diante de alguma situação ofensiva.  “Aconteceu uma situação de precisar trabalhar com uma pessoa com histórico de abuso sexual. A mesma pessoa tentou comigo e não pensei duas vezes em denunciar. Mesmo que as pessoas pensem que eu sou louca, essa pessoa vai continuar fazendo. É surreal o fato de a mulher abrir a boca para denunciar algo assim e se passar de louca. As mulheres precisam se unir nesses casos.”

“É um medo de que as meninas têm de não serem ouvidas, e pensam que não tem solução, que ninguém vai acreditar na gente. É preciso impor limites no set e nos relacionamentos. Isso é algo que recomendo para todo mundo.”

Por fim, Amanda pediu para que o público não tenha medo de se testar. “Não tenham medo de fazer os testes, façam mesmo, nem que seja por desencargo de consciência. Usem preservativos, as cenas que são feitas sem camisinha contam com uma preparação antes, as pessoas são testadas e, apesar de tomar PrEP, sabemos que a camisinha protege a gente de todas as doenças.”

 

Dica de Entrevista

Amanda Borges

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