Rastreio de tuberculose em crianças menores de cinco anos: sintomas ou PPD?

O Ministério da Saúde introduziu uma nova opção para o tratamento da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) em crianças com menos de dez anos de idade. Esta iniciativa visa facilitar a adesão ao tratamento, recomendando o uso da dose fixa combinada de comprimidos dispersíveis de rifampicina 75mg + isoniazida 50 mg, uma apresentação mais adequada para a população pediátrica. As orientações foram divulgadas através da Nota Informativa Nº 6/2024-CGTM e enfatizam que o tratamento da ILTB pode reduzir o risco de desenvolver tuberculose ativa entre 60% a 90%.

Para Fernanda Dockhorn, coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, a adição de mais uma alternativa para a prevenção da tuberculose é importante para o controle da doença no Brasil. “A prevenção da tuberculose está entre as prioridades do Ministério da Saúde para eliminarmos a doença como problema de saúde pública no Brasil até 2030. Para isso, proporcionar segurança e facilidade no tratamento, em especial de crianças, é fundamental para a adesão ao tratamento”.

A combinação fixa de rifampicina 75mg + isoniazida 50 mg é recomendada para crianças de até dez anos de idade, com peso variando de 4kg a 25kg, que enfrentam dificuldades para engolir comprimidos. O tratamento envolve um total de 90 doses, administradas diariamente ao longo de três a cinco meses. Contudo, este regime não deve ser seguido em casos de efeitos adversos severos aos medicamentos, alergia a qualquer componente dos comprimidos, histórico de contato com pessoas com tuberculose resistente exclusivamente à isoniazida ou rifampicina, ou se a criança apresentar doença hepática.

Devido às interações medicamentosas com a rifampicina, as crianças vivendo com HIV ou aids que estão em tratamento com lopinavir, ritonavir, darunavir, raltegravir, dolutegravir ou nevirapina não devem utilizar os comprimidos de dose fixa combinada. Reconhecendo a importância da prevenção da tuberculose nessa população, o Ministério da Saúde recomenda preferencialmente o uso da isoniazida por nove meses, totalizando 270 doses.

Redação da Agência Aids com informações