Chuva excessiva trará enchentes no Rio Grande do Sul e Santa Catarina

Com o objetivo de reduzir o impacto da calamidade pública do Rio Grande do Sul na resposta à tuberculose e às micoses endêmicas, o Ministério da Saúde elencou as principais ações possíveis para garantir os meios necessários à manutenção da prevenção, da vigilância e da atenção a essas doenças. Por meio de Nota Técnica publicada pelo Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (Dathi), foram estipuladas estratégias que visam apoiar a organização da oferta de cuidado para a população.

Desde o início da emergência, a Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM/Dathi/SVSA/MS) está em contato diário com o Coordenação de Tuberculose do Rio Grande do Sul, buscando apoiar as demandas locais. Para a coordenadora-geral da CGTM, Fernanda Dockhorn, as ações de assistência e vigilância devem ser adaptadas à realidade atual do estado e dos municípios.

“Para garantir a continuidade do cuidado da população, no que diz respeito à tuberculose e às micoses endêmicas, é preciso coordenar ações e manter uma comunicação oportuna entre serviços de saúde e outros setores estratégicos. É de extrema relevância pautar a resposta à uma situação de emergência como essa a partir da promoção de dignidade e respeito às pessoas, evitando situações de discriminação e prezando pela integralidade do cuidado”, explicou a coordenadora.

Com relação à prevenção, a nota recomenda que os serviços devem se organizar para garantir a vacinação com BCG aos recém-nascidos. No caso de diagnóstico positivo para tuberculose nos abrigos, é necessário conduzir a avaliação de todos(as) que tiveram contato com a pessoa infectada com TB, com prioridade na identificação de contatos sintomáticos, principalmente crianças e idosos. O tratamento da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) deve ser realizado, prioritariamente, em pessoas vivendo com HIV ou aids e outras pessoas em tratamento com imunossupressores.

O documento ressalta, ainda, a necessidade de orientar sobre o uso de máscaras cirúrgicas para pessoas com sintomas respiratórios ou em início de tratamento para tuberculose (até que se complete 15 dias de tratamento – após esse período, na maioria dos casos, já não há transmissão da doença). A nota recomenda também a intensificação de medidas para evitar interrupções no tratamento. Além disso, o tratamento deve ser iniciado imediatamente após a confirmação da infecção pela doença e a dispensação de medicamentos não deve estar vinculada à exigência da notificação no Sistema de Informação de Agravos ne Notificação (Sinan), nem a receitas ou documentos de identificação para início ou manutenção do tratamento.

A respeito das micoses endêmicas, embora não haja transmissão entre pessoas, deve-se atentar para ocorrências de traumatismos na pele, inalação de esporos dispersos no ambiente ou mesmo quanto àingestão de produtos ou materiais contaminados, com especial atenção à mucormicose, uma infecção fúngica oportunista altamente invasiva. Diante da suspeita clínica da doença, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, independentemente do resultado dos exames laboratoriais específicos e inclui, obrigatoriamente, remoção cirúrgica de tecidos necróticos associada ao tratamento antifúngico, preferencialmente com administração de formulação lipídica de anfotericina B.

Confira a nota completa.