Encontro reuniu chefes de programas de HIV, ISTs e hepatites virais da região na Cidade do Panamá para discutir metas e alinhamentos estratégicos até 2030.
Na última semana, a Cidade do Panamá sediou a Reunião de Chefes de Programas de HIV/IST e Hepatites Virais da América Latina, promovida pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). O evento reuniu representantes do Ministério da Saúde do Brasil, líderes de programas nacionais de saúde, organizações da sociedade civil e parceiros internacionais para alinhar estratégias voltadas à eliminação de HIV, tuberculose, hepatites e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) na região.
O encontro contou com a presença de Artur Kalichman, diretor-substituto do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs (Dathi/MS) do Ministério da Saúde do Brasil, além de Monica Alonso, diretora regional de HIV, Hepatites, Tuberculose e ISTs da Opas, e Adele Benzaken, diretora global da Aids Healthcare Foundation. Essas lideranças abordaram a importância de ampliar a integração entre os serviços de saúde e a implementação de políticas públicas que contemplem a diversidade dos cenários latino-americanos.
A América Latina registra altos índices de HIV e ISTs, conforme dados recentes do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). Em 2023, a região contabilizava aproximadamente 2,5 milhões de pessoas vivendo com HIV. O número de novas infecções permanece elevado, principalmente entre jovens, mulheres e populações vulneráveis, como trabalhadores do sexo e a comunidade LGBTQIA+. Embora avanços significativos tenham sido alcançados no tratamento, a adesão e a cobertura de prevenção ainda apresentam desafios críticos para as autoridades.
Durante a reunião, o coordenador-geral de Hepatites Virais do Dathi, Mário Gonzalez, destacou a relevância da parceria com a Atenção Primária à Saúde para a implementação de ações locais. “A participação da Atenção Primária na realização de ações e construção de estratégias nos territórios é fundamental para alcançarmos as metas de eliminação das hepatites virais até 2030”, afirmou Gonzalez. Ele ressaltou também o envolvimento de técnicos da Secretaria de Atenção Primária à Saúde no desenvolvimento do Guia de Eliminação das Hepatites Virais, um documento colaborativo, disponível para contribuições do público até o dia 21 de novembro de 2024.
Os desafios na América Latina
Com uma taxa de cobertura de apenas 68% para o tratamento antirretroviral, segundo dadod do Unaids, e lacunas significativas na prevenção, a América Latina enfrenta obstáculos para alcançar as metas da ONU para eliminação da epidemia de HIV até 2030. Em parceria com instituições locais, o Brasil tem buscado fortalecer políticas de educação e ampliar o acesso à testagem e tratamento.
O Ministério da Saúde tem intensificado suas colaborações regionais para enfrentar esses desafios, apostando em políticas inclusivas e integradas. Além das ações voltadas para o HIV e as hepatites, o Brasil lidera iniciativas que integram o combate à tuberculose, outra doença com alta incidência entre pessoas vivendo com HIV.
Redação da Agência de Notícias da Aids com informações