O Ministério da Saúde promoveu, nesta terça-feira (27), uma reunião extraordinária virtual da Comissão de Articulação com os Movimentos Sociais em HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Cams), reunindo representantes da sociedade civil, organizações não governamentais (ONGs) e movimentos sociais para discutir avanços no Plano Nacional de Eliminação da Aids e reforçar as estratégias na resposta à mpox. O encontro destacou o papel fundamental da colaboração entre o governo e a sociedade civil para enfrentar esses desafios de saúde pública.

Durante a reunião, o Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (Dathi/SVSA/MS) apresentou um panorama detalhado do Plano de Eliminação da Aids e destacou a importância de uma abordagem nacional integrada. Segundo Artur Olhovetchi Kalichman, coordenador-geral de Vigilância de HIV e Aids (CGHA/Dathi/SVSA/MS), a proposta do plano, que está em processo de elaboração com a participação ativa de coordenadores estaduais e municipais, e da sociedade civil, visa criar um modelo abrangente para eliminar a aids no Brasil.

“As metas principais do plano incluem a expansão do acesso ao diagnóstico e tratamento, aumento do uso da profilaxia pré-exposição [PrEP] para prevenir novas infecções, e a distribuição massiva de preservativos e lubrificantes para promover práticas sexuais seguras”, explicou Artur. Além disso, a proposta enfatiza a necessidade de campanhas de conscientização adaptadas para diferentes faixas etárias e populações vulneráveis.

“A elaboração do plano é um esforço coletivo, com a inclusão de sugestões e críticas recebidas durante o processo de consulta com a Comissão Nacional de Aids e outras partes interessadas. O objetivo é garantir que o plano aborde questões de saúde, e também envolva efetivamente a sociedade civil na elaboração e implementação das estratégias”, destacou o coordenador.

Mpox

A resposta à mpox também foi tema da reunião. Embora o Brasil não tenha registrado casos da nova cepa de mpox identificada recentemente, o país continua lidando com casos da cepa anterior, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Além disso, foi instalado um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à Mpox.

A comunicação eficaz e o combate à desinformação sobre a mpox também foram destacados. O Ministério da Saúde utiliza plataformas como a página “Saúde com Ciência” para centralizar informações corretas e combater notícias falsas, conhecidas como fake news. A colaboração com movimentos sociais e ONGs também se mostra essencial para ampliar o alcance dessas informações e promover uma educação de saúde precisa e acessível.

De acordo com Edgard Rebouças, coordenador-geral de Comunicação SVSA, a pasta está aberta a parcerias contínuas e encoraja a disseminação dos materiais disponibilizados em suas redes sociais, que são públicos e podem ser compartilhados sem necessidade de citar a origem. “A preocupação com o estigma relacionado à mpox é uma prioridade tanto para o Ministério quanto para a Organização Mundial da Saúde, que lançou diretrizes específicas para enfrentar essa questão. A doença não está restrita a um grupo específico e pode afetar qualquer pessoa, o que reforça a necessidade de comunicação clara e inclusiva”, afirmou.

Edgard também destacou a importância da colaboração contínua para o sucesso das iniciativas de saúde pública. “Além disso, o Ministério está aberto ao feedback e à colaboração das organizações e especialistas para aprimorar suas campanhas e materiais. O objetivo é garantir que as informações cheguem de forma clara ao público e que qualquer ajuste necessário seja feito com base nas contribuições recebidas”, pontuou.

Fonte: Dathi