O vírus do papiloma humano (HPV) é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer cervical — terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de mama e do câncer colorretal.

 

Embora o rastreamento do HPV seja difundido e bem-sucedido entre as mulheres mais jovens, a importância de realizar este teste também se estende à população feminina mais velha. É o que mostra um estudo recente conduzido na Dinamarca e publicado pela revista PLOS Medicine.

 

Os resultados da pesquisa revelaram que o teste de HPV em mulheres acima de 65 anos de idade pode melhorar significativamente a prevenção e a detecção precoce do câncer cervical — também conhecido como câncer do colo do útero.

 

Relação entre HPV e câncer cervical
O HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada por um grupo de vírus com mais de 100 tipos diferentes, sendo alguns considerados de maior risco para o desenvolvimento do câncer cervical.

 

Ele afeta a região genital e, dependendo do tipo de vírus em questão, pode levar ao surgimento de lesões pré-cancerígenas no colo do útero. Se não forem detectadas e tratadas a tempo, essas lesões podem progredir e culminar em um quadro de câncer cervical.

 

O rastreamento do HPV é uma estratégia importante para a prevenção da doença e não deve ser deixado de lado, mesmo na terceira idade e em mulheres que não têm a vida sexual ativa. Com a detecção precoce, é possível intervir rapidamente e dar início ao tratamento adequado.

 

 

Além disso, a vacinação contra o HPV pode fazer diferença. Comumente recomendada durante a adolescência, antes da exposição ao vírus, a vacina também pode ser benéfica para mulheres maduras. Cada caso deve ser avaliado individualmente, portanto, na dúvida, o melhor a se fazer é conversar com um profissional de saúde.

Desafios do rastreamento do HPV em mulheres mais velhas

 

Muitas mulheres maduras acreditam erroneamente que não precisam mais se submeter ao exame de Papanicolau e ao teste de HPV após a menopausa. Entretanto, estudos demonstram que a doença pode persistir mesmo nesta fase da vida. Sendo assim, o rastreamento é essencial independentemente da faixa etária.

 

Outro desafio são as diretrizes atuais de rastreamento do HPV. No Brasil, a realização destes exames é recomendada para mulheres entre 25 e 64 anos de idade, a cada três anos, caso os resultados anteriores sejam normais.

 

Este é mais um obstáculo no diagnóstico precoce do câncer cervical porque pode levar muitas pacientes a negligenciar a sua saúde íntima conforme vão envelhecendo. Para combater o equívoco, é importante conscientizar tanto as mulheres quanto os profissionais de saúde, que devem se manter atentos à importância do teste de HPV em todas as fases da vida.