02/04/2016 – 12h40

Típico exemplo de que é possível aprender com os erros, a equipe da novela juvenil da Globo, “Malhação”, fez do vexame causado com um capítulo exibido no fim de 2015, quando despejou informações equivocadas sobre transmissão de HIV,  uma oportunidade de se redimir. Ainda é cedo para dizer que acertou, mas se a websérie “Eu Só Quero Amar” seguir o caminho do primeiro episódio, que estreou no portal Gshow neste sábado (2), vai colaborar muito para com o combate ao estigma e ao preconceito contra pessoas vivendo com HIV/aids.

Um dos pontos mais positivos da série implica também uma enorme responsabilidade. Ela dialoga com o público juvenil, faixa em que mais se registra novos casos de HIV. Portanto, ao tratar do tema, não pode errar, como a novela fez em dezembro ao mostrar uma cabeçada num soropositivo, durante um jogo de basquete, como risco de transmissão do vírus.

Dessa vez, a Globo se preveniu.  A parceria com o  Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids),  para a campanha Viver Melhor, iniciada em setembro de 2015, alcançou  “Malhação”. O infectologista Fernando Ferry foi chamado para uma entrevista com os atores protagonistas da série e da novela, o casal de namorados sorodiscordante Camila (Manuela Llerena) e o soropositivo Henrique (Thales Cavalcanti). O bate-papo serviu de esquenta para a atração —  foi exibido na sexta (1º ),  na seção do Gshow chamada Papo Reto.

Ferry (na foto com os atores)  respondeu dúvidas de telespectadores, que eram feitas pelos atores. Deu informações essenciais de como se transmite, como é o tratamento, falou da importância de se fazer testes. Enfim, foi uma ideia feliz trazer para o portal notícias e dados sobre HIV/aids na véspera da estreia.

O primeiro capítulo tratou de preconceito. Camila sofre, por ela e por Henrique, quando colegas da escola a recriminam por namorar um “aidético” e começa a questionar o peso do julgamento da sociedade. Não se sabe que rumos o romance tomará mas, por enquanto, os namorados estão dispostos a lutar pelo final feliz. Tanto que, em vez de casal sorodiscordante, adotaram o termo casal sorodiferente. “Porque no amor não há discordância”, explica Henrique  para o grupo de amigos que os apoia.      

Já foi noticiado no Gshow que um dos momentos mais importantes da websérie será a primeira vez que o casal transa.

“Pela primeira vez na história da televisão brasileira estamos indo além de prevenção, testagem e tratamento do HIV. Estamos falando também de sexualidade, estigma e discriminação”, afirmou Georgiana Braga-Orillard, diretora do Unaids no Brasil.

“Malhação” é uma novela de Emmanuel Jacobina e a série na internet tem como roteiristas Filipe Lisboa e Giovana Moraes, e colaboração de Gabriel Estrëla, ator, cantor e diretor vivendo com HIV, além da consultoria do Unaids.

 

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Dica de entrevista

Unaids Brasil

Tel.: (61) 3038-9228

Rede Globo

http://imprensa.globo.com/imprensa/home.aspx

 

Fátima Cardeal (fatima@agenciaaids.com.br)