A nova campanha de imunização contra a covid-19, anunciada pelo Ministério da Saúde, deve iniciar no fim de fevereiro. De acordo com o cronograma, no próximo dia 27.

Nesta primeira fase, o novo calendário terá aplicação da vacina bivalente da Pfizer, tendo como público alvo: idosos, gestantes, pessoas portadoras de doenças imunossupressoras e profissionais da saúde.

Imunossuprimidos são quaisquer pacientes que apresentam algum enfraquecimento em seu sistema imunológico, em razão de doenças, uso de medicamentos ou até mesmo pela realização de outros procedimentos médicos. Alguns exemplos são:

  • Pessoas com HIV\Aids;
  • Pacientes transplantados;
  • Portadores de imunodeficiência grave e doenças autoimunes;
  • Pessoas portadoras de algum tipo de câncer, submetidas à tratamento quimioterápico

Dúvidas podem surgir até o começo da campanha, por isso, a Agência Aids conversou com o Dr. Maiky Prata, médico infectologista que atende no Ambulatório Trans do Município de Diadema e no Centro de Referência em HIV /Aids, para esclarecer as principais questões.

O especialista explicou de ante mão, que “as vacinas monovalentes funcionam, são eficazes e os estudos provam isso”. De acordo com ele, as doses monovalentes já conhecidas, são confiáveis e não devem ser desconsideradas, isto pois a vacina bivalente não substitui, mas amplia a proteção, atenuando então as chances de infecção pelo vírus.

O doutor ressalta: “Essa dose de reforço tem destino para um público mais especifico. Ela além de obter os antígenos da Ômicron, obtêm antígenos de cepas passadas. Isso de certa forma, aumenta a imunogenicidade dela; aumenta as chances de trazer imunidade para a pessoa que for vacinada”.

Maiky explica que pessoas imunossuprimidas tendem a ter uma resposta imunológica mais lenta, de igual forma pessoas idosas, que precisam desta vacina pois com a idade, há um certo envelhecimento do sistema imune, o que chama-se de imunossenescência.

“Então, receber uma vacina que aumenta o potencial de causar imunidade é importante”, complementou ele, lembrando da importância da mesma também para profissionais de saúde que diariamente estão mais expostos ao vírus.

Para além, o médico destacou que esta não é a primeira vacina que deve ser tomada, ela serve apenas como dose adicional. “As pessoas que não tomaram nenhuma dose ainda não devem começar por ela”.

“Quem não faz parte dos grupos citados, não deve esperar pela dose bivalente da Pfizer, pois ainda não se sabe ao certo quando a população geral será contemplada por ela. Não tem que esperar a bivalente, tem que tomar as disponíveis”, advertiu.

Perguntado sobre possíveis efeitos adversos, o infectologista disse que os estudos já foram claros no tocante aos efeitos colaterais gerados, são eles: dor local e febre nos primeiros três dias após a aplicação, o que não foge muito já do escopo dos efeitos colaterais associados às demais vacinas.

“Ela é segura, não há nenhum efeito adverso especial por conta de ser uma vacina bivalente, até mesmo por já ser uma tecnologia conhecida”, finalizou.

Kéren Morais (keren@agenciaaids.com.br)

Dica de entrevista

Dr. Maiky Prata

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