“Para nós povos da floresta, nossa força está na raiz cultural, espiritual, material e imaterial, onde tudo que circunda nossa existência física e espiritual torna-se um legado de força, resistência e existência do ser e do saber. Entendo que sou natureza. E como natureza que somos, devemos manter um ambiente de respeito e de constante equilíbrio com cada ser bioquímico, psíquico, corporal e imaterial que está dentro de cada um de nós. Para nossos ancestrais, entender e compreender que cada indivíduo traz um saber único, autêntico e genuíno, nos faz promover um espaço constante de respeito interpessoal, onde um torna-se professor do outro. A comunidade se torna um ambiente bio-psiquico-emocional-espiritual, onde buscamos: entender as dores corporais e mentais, treinar a escuta para o ouvir o que não faz som, olhar o humano como um todo e não apenas como um ser de carne e osso pensante”, disse Ubiraci Pataxó.

Há uma infinidade de teóricos relacionados ao autoconhecimento e às diferentes formas de nos relacionarmos com nosso íntimo e com o mundo que nos cerca. Grande parte das teorias mundialmente conhecidas foram estudadas e/ou testadas em ambiente comunitário com a contribuição de saberes ancestrais e milenares.

Atualmente, até a medicina reconhece que é necessária uma visão multidimensional do ser humano. Tríade pertencente à cultura indígena e a outras populações originárias, CORPO + MENTE + ESPÍRITO são três elementos que regem a vida humana desde sua mais remota existência, sendo a base da Ciência Indígena.

Em nosso corpo, o sintoma tem valor de comunicação. Questões simbólicas e subjetivas formam mensagens inconscientes que impactam em nossas expressões humanas e, também, em disfunções emocionais. Estes conceitos estão intimamente ligados às “leituras” que os povos ancestrais aprenderam para atingir a autocompreensão e a compreensão dos seus e dos demais indivíduos à sua volta.

“Em mais de 20 anos de atividade profissional, estudei e pesquisei inúmeras teorias sobre comunicação e relações humanas. Mas, pra mim, nenhuma delas foi tão eficiente quanto o autoconhecimento. Na bibliografia mais recente, esta questão deixou de ser explorada apenas pelos profissionais ligados à saúde e passaram a ser aprofundadas por grandes nomes das áreas de Humanas. Sociólogos, filósofos, historiadores, comunicólogos, entre outros, passaram a questionar como ‘emoções e dilemas individuais’ interferem na sociedade como um todo. Teses deixaram de ser apenas textos acadêmicos e passaram a fazer parte do universo do trabalho, direcionando estratégias de comunicação, relacionamento e engajamento”, explicou Valéria Lapa.

A sociedade moderna tem apresentado muitos estudos e pesquisas sobre comportamento humano e relações em grupo, as transformações acompanham o aprimoramento das tecnologias e os grandes movimentos universais, como a própria pandemia provocada pelo Covid-19. Observamos uma tendência para uma “volta” ao passado, ou a um olhar mais cuidadoso com relação à saúde mental e às conexões estabelecidas na vida doméstica, social e profissional. E, como já citado, os povos originários é a grande fonte desse conhecimento.

Uma das propostas deste curso é promover uma união entre a decodificação do corpo humano feita com o olhar indígena (em busca de uma autonomia para a cura) com as técnicas de comunicação intrapessoal e interpessoal, a fim de promover relações mais afetivas e efetivas, consequentemente, tendo como resultado bem-estar e melhor qualidade de vida (incluindo melhores conquistas nos aspectos pessoais e profissionais).

Reconhecendo que o ser humano é: ser biológico + ser psíquico + ser espiritual + ser social, o curso AUTONOMIA DA CURA – Comunicação consigo, com o outro e com o mundo, traz em suas aulas conteúdos absorvidos por meio de vivência comunitária, teorias, entendimento pessoal e caminhos práticos para uma melhor relação humana e com a natureza.

Como será?
O curso online será de 25 de agosto a 1 de outubro de 2020.

São 12 módulos com aulas 100% ao vivo, promovendo interação e cocriação de aprendizados.

Os encontros virtuais acontecerão pela plataforma Zoom, às terças e quintas-feiras, das 20 às 22 horas. O código de acesso será gerado pela Sympla e será encaminhado por email.

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