A matéria foi produzida na década de 90, quando a jornalista passou uma semana em Aracaju visitando terreiros acompanhada de médico especialista em saúde pública.

A jornalista e apresentadora Glória Maria, que morreu nesta quinta-feira (2), esteve em mais de 160 países a trabalho, ao longo de cinco décadas de carreira. Entre as reportagens, está uma produzida em Sergipe para o Fantástico, sobre a importância da prevenção do HIV nos rituais de candomblé.

Na década de 90, Glória passou uma semana em Aracaju visitando vários terreiros acompanhada do médico especialista em saúde pública, Almir Santana, o primeiro a aceitar a atender pacientes com a doença em Sergipe, em uma época em que o preconceito era muito forte.

Na reportagem, ela mostrou as palestras que o médico ministrava nos centros de matriz africana sobre os cuidados com as lâminas usadas nos rituais de iniciação.

“Nós alertamos que deveria ser feito o uso da navalha individual, e isso teve uma repercussão em termos de mudança de comportamento nos terreiros. Foi uma entrevista que influenciou a saúde pública no país”, disse doutor Almir.
Além disso, Glória esteve no estado outras vezes. O jornalista Carlos França, que trabalhou na TV Sergipe por quase 20 anos, trocou experiências com a colega de profissão. “Eu conheci Glória de perto no final dos anos 80 e depois encontrei ela algumas vezes nos corredores da Globo, quando fui diretor de jornalismo da TV Sergipe e a gente sempre batia uma papo, conversava. Era uma pessoa espetacular. Glória fez a diferença como repórter e apresentadora”, disse.